Há apenas 15 dias, ele era considerado o sucessor de seu pai à frente do Egito. Gamal Mubarak caiu em desgraça por causa da sublevação popular, da tomada do controle pelos militares e, agora, da reorganização na cúpula do todo poderoso Partido Nacional Democrático (PND). Gamal era o número 2 no comitê executivo formado por seis líderes do PND, atrás do secretário-geral, Safuat el-Sherif. O novo secretário-geral, Hossam Badrawi, professor de medicina, parece estar em melhores condições de conduzir uma abertura em direção à oposição do que Gamal e seus aliados. "Foram substituídos dirigentes detestados do PND por um homem mais aberto", avalia Mustafá Kamel Saied, professor de Ciência Política da Universidade do Cairo. Isso debilitaria também o presidente, "que contava com seu filho como vínculo com o partido". Gamal, de 47 anos, usava o PND como uma máquina a serviço de suas ambições. A revolta popular colocou em primeiro plano o Exército, que jamais teve afinidade com Gamal, um banqueiro que nunca entrou nas fileiras militares. Em 2007, um despacho diplomático dos EUA já revelava que os militares poderiam ser um "obstáculo crucial" à eventual ascensão de Gamal.É CORRESPONDENTE DA "FRANCE PRESSE"