O governo da Colômbia disse que existem todas as garantias para que se realizem as eleições legislativas no próximo domingo, mas novos incidentes tornaram ainda mais pesado o clima de violência à medida que se aproxima o dia eleitoral. O Inspetor Geral do Exército, general Carlos Ospina, declarou na quarta-feira que colocará 85.000 homens nas ruas para garantir a segurança do pleito. No entanto, noticiou-se o seqüestro de uma funcionária eleitoral no sul do país. Em Puerto Concordia, localidade a 270 km ao sul de Bogotá, um grupo de homens armados, supostamente guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), seqüestraram a encarregada do escrutínio dos votos do município, disse em entrevista a uma emissora de rádio um homem que se identificou como Bernardo. Os seqüestradores queimaram o material que seria usado durante as eleições nessa zona, informou outra testemunha à Radionet. Mais um incidente com material eleitoral ocorreu em Yarumal, um povoado no departamento (estado) de Antioquia, no oeste do país, onde guerrilheiros das Farc interceptaram e queimaram o veículo em que eram transportadas as cédulas eleitorais. Os colombianos elegem neste domingo 102 senadores e 166 representantes da Câmara em meio a um dos momentos mais críticos da história do país, após o rompimento de três anos de conversações com as Farc. Antecedendo as eleições, a candidata presidencial Ingrid Betancout e cinco congressistas foram seqüestrados e a senadora Marta Catalina Daniels foi assassinada.
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