CAIRO - Soldados e policiais egípcios invadiram escritórios de ONGs nesta quinta-feira, 29, retendo os funcionários enquanto eram interrogados e também vasculhando arquivos de computadores, disseram ativistas e confirmou a televisão estatal do Egito. Uma matéria da televisão informou que 18 escritórios foram invadidos ao redor do país.
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Enquanto isso, um tribunal do Cairo inocentou cinco policiais acusados de terem matado cinco manifestantes e ferido outros seis durante a revolta de 18 dias que derrubou Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro. Mais de 800 manifestantes foram mortos nos protestos, que começaram em 25 de janeiro. A corte disse que três dos acusados não estavam no local onde ocorreram as mortes e outros dois atiraram contra manifestantes em legítima defesa.
Tanto a invasão das organizações não governamentais quanto o veredicto de inocência para os policiais acusados deverão alimentar o clima de revolta entre os grupos de manifestantes que derrubaram Mubarak e agora acusam os militares de serem lenientes ao julgar antigos funcionários do regime.
Entre as organizações que sofreram invasões policiais nesta quinta-feira estão algumas com sede nos Estados Unidos, como o Instituto Democrático Nacional. Várias organizações egípcias que recebem financiamento internacional também foram invadidas e sofreram buscas.
O governo de Washington expressou profunda preocupação com a ação, pedindo que as autoridades egípcias cessem imediatamente o "assédio" às ONGs. "Estamos preocupados porque essas práticas não são apropriadas no atual ambiente", disse Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado. Ela acrescentou que os Estados Unidos estão em contato com os egípcios para tratar do assunto.