Governo Obama mira ''gastos supérfluos''

Auditorias e licitações devem enxugar orçamento; Defesa será principal alvo

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Por Ross Colvin, Matt Spetalnick e Reuters
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Após declarar na quarta-feira que os EUA estavam pagando caro demais por coisas desnecessárias, o presidente Barack Obama ordenou uma ampla auditoria nos gastos governamentais, "assolados por imenso superfaturamento e fraudes flagrantes". Para Obama, os gastos supérfluos são um problema que atinge todo o governo, mas sua crítica se concentrou na área da Defesa. Obama já havia citado um projeto para a aquisição de uma nova frota presidencial de helicópteros como exemplo da "falta de controle" do processo de intermediação de compras. "Acabou a época em que entregávamos um cheque em branco aos empreiteiros do Departamento de Defesa", disse o presidente a repórteres. Obama ordenou que fosse realizada uma reforma nas formas de licitação e contrato. A medida, segundo ele, economizaria US$ 40 bilhões anuais do contribuinte e ajudaria a cortar o déficit orçamentário, que nas previsões do presidente deve chegar a US$ 1,75 trilhão no ano fiscal de 2009. Herdeiro de um déficit de US$ 1,3 trilhão quando tomou posse, Obama procurou mostrar determinação ao aplicar uma rígida disciplina fiscal, enquanto aumenta os gastos governamentais para tentar arrancar a economia da recessão. Os republicanos apoiam a reforma nos processos de licitação, mas dizem que a proposta orçamentária de US$ 3,5 trilhões para o ano fiscal de 2010 faz parte de uma ofensiva de "tributação e gastos". Democrata, Obama diz que os gastos são necessários para combater a pior crise econômica das últimas décadas. "Com frequência sofremos com imensos superfaturamentos, fraudes flagrantes e a ausência de supervisão e responsabilização", disse Obama. Ele afirma que havia tráfico de influência e falta de supervisão nos contratos concedidos à indústria de defesa, cujos projetos de armamentos com frequência são atingidos por atrasos e estouros no orçamento. "Encerraremos contratos fechados sem licitação e de preço estabelecido a partir do custo acrescido de uma taxa fixa que se acumulam numa conta paga pelo povo americano", disse Obama. Os críticos afirmam que os contratos de preço estabelecido a partir de uma taxa fixa são um convite à irregularidade, pois permitem às empresas cobrar o custo do projeto acrescido de um lucro fixo independente da qualidade dos serviços prestados. "Eu rejeito a opção falsa de garantir a segurança desse país por meio do desperdício de bilhões de dólares do contribuinte", disse Obama. Eleito com a promessa de amplas mudanças, o presidente afirmou que assinaria um documento propondo a "reforma do nosso sistema falido de terceirizações".

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