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Grandes grupos dão dinheiro para Obama

Não é apenas de pequenas doações que vive a campanha do democrata

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Por Michael Luo e Christopher Drew
Atualização:

Para mostrar que é independente da influência de grandes empresários, o senador Barack Obama, candidato democrata à Casa Branca, gosta de destacar as contribuições de até US$ 200, que representam mais da metade dos US$ 340 milhões que ele conseguiu arrecadar até agora. Os números, porém, mostram que um terço do que ele obteve veio de doações superiores a US$ 1 mil. Por trás das doações estão mais de 500 arrecadadores que coletaram contribuições superiores a US$ 50 mil. Muitos deles têm ligações com grupos de interesses de Washington. Quase 30 desses arrecadadores levantaram mais de US$ 500 mil cada e seis ultrapassaram a marca de US$ 1 milhão. Ainda que sua campanha cite as pequenas doações como motivo de sua decisão de abandonar o financiamento público de campanha, Obama trabalhou para criar uma rede de doadores endinheirados desde que concorreu ao Senado dos EUA, em 2004. FINANCIAMENTO Obama envolveu todos com a sabedoria de um político veterano, com ligações, jantares e encontros. Escreveu cartões de agradecimento, lembrou-se do aniversário de cada um e enviou cópias autografadas de seu livro. Com sua decisão de não aceitar o financiamento pública, Obama precisou da ajuda desses arrecadadores para conseguir os mais de US$ 300 milhões para sua campanha e outros US$ 180 milhões para o Comitê Nacional Democrata. O maior grupo de arrecadadores é composto por advogados - cerca de 130. Muitos trabalham para empresas que representam grupos de interesse, como a indústria de armas. Pelo menos 100 dos arrecadadores de Obama são executivos ou corretores de investimentos. Aproximadamente 20 trabalham para gigantes financeiros, como a Goldman Sachs ou o Citigroup. Obama prometeu não aceitar doações de lobistas ou comitês de ação política, mas alguns de seus doadores também representam interesses importantes. "Está muito claro que esse fenômeno de arrecadação é extraordinário e que a internet é uma ferramenta poderosa", disse Michael Malbin, diretor executivo do Instituto de Finanças de Campanha, da Universidade George Washington. "Mas também está bem claro que os velhos doadores continuam presentes."

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