Grupo de 40 parlamentares conservadores britânicos quer derrubar May, diz jornal

Número representa apenas oito deputados a menos do que o necessário para desencadear uma disputa pela liderança do partido, mecanismo que pode retirar a premiê do cargo; proposta de saída da UE retorna esta semana à Câmara dos Comuns, onde enfrentará uma série de emendas de legisladores

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Por Redação

LONDRES - Um grupo de 40 parlamentares britânicos do Partido Conservador, da primeira-ministra Theresa May, concordou em assinar uma carta de não confiança contra a premiê, relatou o jornal Sunday Times.

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O número representa apenas oito parlamentares a menos do que o necessário para desencadear uma disputa pela liderança do partido, mecanismo por meio do qual May pode ser retirada do cargo de primeira-ministra e substituída por outro conservador.

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A premiê Theresa May tem tido dificuldades em manter sua autoridade sobre o partido desde que convocou uma eleição antecipada para o dia 8 de junho, acreditando que iria ganhar com uma grande margem Foto: EFE/EPA/ANDY RAIN

Ela tem tido dificuldades em manter sua autoridade sobre o partido desde que convocou uma eleição antecipada para o dia 8 de junho, acreditando que iria ganhar com uma grande margem. Contudo, acabou perdendo maioria parlamentar.

Dividido sobre como retirar o Reino Unido da União Europeia (UE) e afetado por diversos escândalos envolvendo ministros, o governo de May não tem conseguido impor controle em uma situação política caótica que está enfraquecendo o governo britânico nas negociações do Brexit.

Uma tentativa anterior de retirar May do poder após um discurso desastroso na conferência anual do partido não progrediu, mas muitos conservadores continuam insatisfeitos com a atuação da primeira-ministra, e menções sobre uma disputa de liderança não desapareceram.

May perdeu dois ministros nas últimas semanas. Michael Fallon renunciou ao cargo de secretário de Defesa após se envolver em um amplo escândalo sobre assédio sexual no Parlamento. Priti Patel renunciou após descobrir-se que ela havia tido reuniões secretas com importantes autoridades israelenses.

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Caso uma disputa de liderança se concretize e um competidor derrote May, ele assumiria como líder do Partido Conservador e primeiro-ministro. Uma eleição nacional não é necessária para que isso aconteça.

Proposta

Enquanto tentar formular uma base para o plano do governo para sair da UE por meio do Parlamento, May sofre pressão. A proposta de saída do bloco retorna esta semana à Câmara dos Comuns, onde enfrentará uma série de emendas de legisladores.

O projeto de lei destina-se a evitar um vazio jurídico, convertendo cerca de 12 mil leis da UE em estatuto britânico no dia em que o Reino Unido deixar o bloco em 2019. Legisladores devem realizar vários dias de debate, e a votação começa na terça-feira.

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Mas muitos legisladores afirmam que o projeto de lei dá ao governo muito poder para alterar a legislação sem o escrutínio parlamentar. Eles tentarão aprovar alterações para reduzir esses poderes.

Já os opositores do Brexit - tanto da oposição quanto do Partido Conservador de May - tentarão conferir ao Parlamento o poder de decisão sobre o acordo final de separação entre o Reino Unido e a UE. Enquanto isso, apoiadores da saída do bloco pressionam May para não ceder.

O secretário de Relações Exteriores, Boris Johnson, e o secretário do Meio Ambiente, Michael Gove, importantes líderes eurocéticos dentro do gabinete de May, advertiram a primeira-ministra em uma nota para se manter firme na ambição de fazer do Reino Unido "um país autônomo totalmente independente no momento da próxima eleição" em 2022, informou o jornal Mail On Sunday. A nota publicada acusa alguns ministros de não se prepararem para o Brexit com "energia suficiente".

May tem pouca margem de manobra, pois depende de um pequeno partido da Irlanda do Norte para sustentar seu governo minoritário e está no meio de uma disputa entre facções em conflito dentro de seu gabinete. / REUTERS e AP

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