LONDRES - O jornal The Guardian classificou ontem como "sem sentido" o fato de ter sido obrigado por autoridades britânicas a destruir discos rígidos de computadores que continham arquivos da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) fornecidos ao diário britânico pelo ex-agente de inteligência americano Edward Snowden. De acordo com o Guardian, cópias dos documentos secretos são mantidas em computadores em outros países."A decisão (de destruir os HDs) foi tomada depois de uma ação legal do governo que poderia ter impedido o relato sobre a extensão da vigilância dos governos americano e britânico revelados pelos documentos", afirmou o jornal. "Isso resultou em um dos episódios mais estranhos na história do jornalismo na era digital." Também havia no material documentos da Sede de Comunicações do Governo da Grã-Bretanha (GCHQ, na sigla em inglês).Segundo o jornal, as autoridades britânicas deram duas alternativas: entregar os computadores ou destruí-los. "No sábado 20 de julho, em um deserto porão dos escritórios do Guardian em King's Cross (Londres), um editor sênior e um especialista em computação do Guardian usaram rebarbadoras e outras ferramentas domésticas para pulverizar os discos rígidos e chips de memória em que os arquivos encriptados haviam sido armazenados."O procedimento foi acompanhado por dois técnicos da Sede de Comunicações do Governo, "que tomaram notas, mas saíram de mãos vazias".O Guardian afirmou que o editor Alan Rusbridger, chefe de redação do jornal, havia informado os agentes do governo a respeito da existência das cópias dos documentos armazenadas em computadores fora da Grã-Bretanha. "Eu preferi destruir as cópias dos arquivos (na redação do jornal) do que entregá-las à NSA e à GCHQ", afirmou o jornalista em um vídeo.
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