O grupo terrorista Hamas libertou quatro reféns israelenses na manhã deste sábado, 25, como parte do acordo de cessar-fogo com Israel. Karina Ariev, 20; Daniella Gilboa, 20; Naama Levy, 20; e Liri Albag, 19, foram entregues à Cruz Vermelha e já estão em Israel. Elas foram levadas para uma base militar israelense perto da fronteira e depois para um hospital na região central do país.
As quatro mulheres foram capturadas há mais de um ano durante o ataque terrorista do Hamas no dia 7 de outubro de 2023, quando 1,2 mil pessoas foram assassinadas e 250 foram feitas reféns. Elas cumpriam o serviço militar em uma base próxima da Faixa de Gaza.

Reféns
As israelenses saíram de um carro em uma movimentada praça na Cidade de Gaza e subiram em um palco onde representantes do Hamas assinaram papéis ao lado de funcionários da Cruz Vermelha. As sequestradas vestiam trajes militares e ficaram atrás de um banner que exibia uma faixa dizendo “o sionismo não prevalecera”, em hebraico.
Elas sorriram e acenaram para uma multidão de palestinos antes de entrarem em um carro da Cruz Vermelha. As israelenses foram entregues para forças do Exército em Gaza e levadas para Israel. As ex-reféns se encontraram com suas famílias e foram avaliadas por médicos do Exército.
Segundo um comunicado das Forças de Defesa de Israel (FDI), o estado de saúde das israelenses é considerado “normal”.
O Fórum das Famílias dos reféns israelenses, que representa a maioria dos parentes de israelenses sequestrados pelo Hamas, saudou a libertação das quatro reféns e pediu a Israel e o grupo terrorista Hamas que mantenham o acordo de cessar-fogo. “O retorno delas hoje representa um momento de luz na escuridão, ao mesmo tempo em que serve como um lembrete doloroso da urgência de trazer de volta os 90 reféns que ainda estão em Gaza”.

Força
Pela segunda vez em uma semana, o Hamas usou a entrega de reféns à Cruz Vermelha para projetar uma imagem de que ainda está no comando da Faixa de Gaza, apesar de 15 meses de guerra que reduziu cidades a escombros, resultando na morte de milhares de terroristas do grupo.
A entrega de quatro reféns no sábado foi ainda mais elaborada do que a do último domingo, quando outras três reféns foram libertadas. O grupo terrorista tentou passar uma impressão de organização ao montar uma estrutura com um palco para a libertação dos reféns, que contou com a assinatura da Cruz Vermelha.
Israel liberta 200 prisioneiros palestinos
Seguindo o acordo, Israel libertou 200 prisioneiros palestinos neste sábado, 25. Cerca de 120 dos prisioneiros soltos estavam cumprindo penas de prisão perpétua por envolvimento em ataques contra israelenses, de acordo com listas fornecidas pelo escritório de prisioneiros ligados ao Hamas.
Os prisioneiros libertados mais conhecidos são Mohammad Odeh, Wael Qassim e Wissam Abbasi, que foram presos em 2002 por uma série de atentados contra israelenses em áreas civis. 70 dos prisioneiros não poderão retornar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia por questões de segurança.

Tel-Aviv optou por soltar os prisioneiros palestinos mesmo acusando o Hamas de ter violado o acordo de cessar-fogo. De acordo com o documento aprovado pelos dois lados, as mulheres civis deveriam ser libertadas antes dos soldados, o que não aconteceu.
Israel apontou que não irá permitir o retorno de civis palestinos ao norte de Gaza até que a refém Arbel Yehud, uma civil, seja libertada.
Acordo
Após a entrega dos reféns, Israel deve liberar neste sábado cerca de 200 prisioneiros palestinos, incluindo alguns cumprindo penas perpétuas por envolvimento em ataques contra israelenses.
Sob os termos do acordo, que entrou em vigor no domingo, 19, as forças israelenses também devem se retirar parcialmente de uma grande zona no centro de Gaza, permitindo que milhares de palestinos deslocados pelos combates retornem para suas casas no norte do enclave palestino.

Fases
Na primeira fase do acordo, o grupo terrorista Hamas concordou em libertar 33 reféns dos quase 100 que ainda estão em Gaza em troca de mais de 1.000 palestinos que estão em prisões israelenses e uma retirada parcial das tropas de Israel em Gaza.
Os detalhes da segunda fase ainda devem ser negociados durante a primeira fase. Esses detalhes continuam difíceis de resolver — e o acordo não inclui garantias por escrito de que o cessar-fogo continuará até que um acordo seja alcançado, sinalizando que Israel poderia retomar sua campanha militar após o término da primeira fase.
Saiba mais
Caso um acordo seja realizado para a continuidade do cessar-fogo, o grupo terrorista Hamas libertaria o restante dos sequestrados vivos, principalmente soldados homens, em troca de mais prisioneiros e da “retirada completa” das forças israelenses de Gaza, de acordo com o rascunho do acordo.
Em uma terceira fase, os corpos dos reféns restantes seriam devolvidos em troca de um plano de reconstrução de três a cinco anos que seria executado em Gaza sob supervisão internacional. /com NYT