WASHINGTON - A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, se disse profundamente inquieta nesta quinta-feira, 17, por conta da situação no Bahrein e pediu ao governo do pequeno país do Oriente Médio moderação ante os protestos que ocorrem em Manama desde o início da semana, segundo fontes do governo americano.
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Hillary expressou sua "profunda inquietação sobre os recentes acontecimentos e pediu moderação", disse um funcionário do Departamento de Estado. As declarações da secretária foram feitas em uma conversa telefônica com o ministro de Exteriores do Bahrein, Sheik Khaled al-Khalifa. A americana ainda pediu esforços por "reformas políticas e econômicas para responder aos cidadãos do Bahrein".
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, pediu ao governo bareinita para parar as agressões a manifestantes pacíficos. "Os EUA creem que essa não seja a reação apropriada", disse o representante, lembrando que "os manifestantes fazem atos pacíficos reivindicações legítimas".
O chefe da ONU, Ban Ki-moon, também pediu o fim da violência contra os protestos no reino árabe e afirmou que os responsáveis pela repressão devem ser levados à Justiça. "A situação pede reformas, não repressão", disse.
Os protestos no Bahrein tiveram início no começo da semana, estimulados pelas revoltas populares do Egito e da Tunísia, onde ditaduras que já duravam décadas foram derrubadas. No Bahrein, a maioria da população - cerca de 70% - é xiita, mas o governo do rei Hamad bin Isa al-Khalifa é sunita. Os manifestantes querem uma sociedade mais igualitária.
Os manifestantes haviam tomado a Praça das Pérolas, no centro de Manama, após dois xiitas terem morrido na repressão das forças armadas em uma das marchas. Eles disseram que ficariam no local até suas demandas serem atendidas, mas o Exército forçou a desocupação da área nesta quinta com a ajuda da polícia. Testemunhas disseram que houve disparos para o alto para dispersar a multidão e o uso de bombas de gás lacrimogêneo. Até agora, seis pessoas morreram.
Além do Bahrein, também há protestos ocorrendo na Líbia, onde o coronel Muamar Kadafi governa há 42 anos, e no Iêmen, onde os manifestantes pedem o fim do regime do presidente Ali Abdullah Saleh. Jordânia, Argélia e os territórios palestinos também registraram manifestações.
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