A extrema direita converteu-se ontem na segunda força política da Holanda, indicaram resultados parciais das eleições para o Parlamento Europeu. Apurados 76% dos votos, o Partido pela Liberdade - de perfil nacionalista e antimuçulmano - havia conseguido eleger 4 dos 25 deputados que compõem a bancada parlamentar da Holanda em Estrasburgo, sede do Legislativo da União Europeia. O partido, liderado pelo deputado ultradireitista Geert Wilders, não concorreu nas eleições anteriores, de 2004. Desta vez, a extrema direita holandesa não só conquistará quatro assentos como assistirá à queda dos partidos concorrentes, que tiveram suas bancadas reduzidas. Apesar de continuar sendo o partido mais votado na Holanda, com cinco cadeiras, o Democrata-Cristão, do premiê Jan Peter Balkenende, perdeu dois dos sete assentos que tinha no Parlamento Europeu. Em terceiro lugar, vem o Partido Trabalhista, da coalizão governista, que conquistou conseguiu eleger apenas três deputados (quatro a menos que em 2004). Os liberais de esquerda também conquistaram 3 cadeiras. A participação foi de 37%. Analistas preveem um comparecimento de 40% em toda a UE, com exceção da Romênia, onde o governo prevê participação de apenas 20%. CONSERVADORES A direita tem ganhado cada vez mais espaço na Holanda. Há quatro anos, o país rejeitou uma proposta de Constituição comum para o bloco lançando dúvidas sobre o processo de integração regional. Wilders ficou conhecido por relacionar o Alcorão à violência, rejeitar a imigração de muçulmanos na Holanda e opor-se à entrada da Turquia na União Europeia. "A Turquia deveria, como um país muçulmano, unir-se à União Europeia? Nós somos o único partido holandês que diz que esse é um país muçulmano; então, não, nem em dez anos, nem em um milhão de anos", disse. GRÃ-BRETANHA Também ontem, eleitores britânicos foram às urnas para escolher os novos membros do Parlamento Europeu. A jornada eleitoral na Grã-Bretanha foi marcada pela crise do Partido Trabalhista e pela pressão pela renúncia do premiê Gordon Brown, desgastado por um escândalo de mau uso de verbas públicas que hoje provocou a queda do quinto membro do seu governo (mais informações nesta página). Pesquisa divulgada ontem pelo jornal londrino Daily Telegraph dava aos trabalhistas um modesto terceiro lugar com 16% das intenções de voto para o Parlamento Europeu, atrás dos conservadores (26%) e do Partido da Independência da Grã-Bretanha (UKIP), com 18%, que defende que o governo britânico abandone o bloco europeu. Além de eleger 72 eurodeputados, os eleitores da Grã-Bretanha também participaram ontem das eleições locais que escolherão 34 autoridades municipais. RESULTADOS 4 deputados foram eleitos pelo ultradireitista Partido pela Liberdade 5 cadeiras no Parlamento Europeu foram ganhas pelo governista Partido Democrata-Cristão 37% dos eleitores holandeses foram às urnas