KONGSBERG, NORUEGA - Um homem armado com arco e flecha matou cinco pessoas e deixou duas feridas nesta quarta-feira, 13, em um ataque em Kongsberg, na Noruega. Ele foi preso. Segundo a polícia, um dos feridos é um policial e a ação ocorreu em vários locais no centro da cidade de cerca de 28 mil habitantes, a 67 quilômetros de Oslo.
"O homem que cometeu o ato foi preso pela polícia e não há busca de mais pessoas. Com base nas informações que temos, há apenas uma pessoa por trás do ataque”, disse o chefe de polícia, Oeyving Aas. De acordo com ele, o caso é investigado como um possível ato de terrorismo. O suspeito de cometer o ataque é um dinamarquês, de 37 anos, conconvertido ao Islã.

Nas primeiras horas após o atentado, Aas não deu detalhes sobre a identidade do assassino, disse apenas que é um homem e foi levado para a delegacia na cidade vizinha de Drammen. Mais tarde, a emissora norueguesa NRK afirmou, citando fontes, que o suspeito é um cidadão dinamarquês, na casa dos 30 anos, que vivia em Kongsberg.
De acordo com fontes policiais, o assassino foi visto andando pela cidade e disparando flechas contra as pessoas, aparentemente de maneira aleatória. Uma testemunha relatou ao jornal norueguês Aftenposten que alguns dos disparos foram feitos em um supermercado. Outro jornal, o Laagendalsposten, relatou que uma testemunha viu o criminoso fugir da polícia e disse que viu também uma mulher ferida em um cruzamento pedido ajuda.
As buscas foram encerradas às 22 horas (17 horas de Brasília). Toda a área do centro de Kongsberg e os arredores de uma antiga prisão foram isolados. Por causa do crime, a polícia norueguesa avisou que andará armada temporariamente — diferentemente de outros países, é praxe na Noruega que forças de patrulha nas ruas andem desarmadas em razão do alto grau de segurança pública.
A ministra da Justiça, Monica Mæland, reuniu-se com a imprensa juntamente com a primeira-ministra Erna Solberg após a notícia de que várias pessoas foram mortas e feridas em Kongsberg na noite de quarta-feira. Na quinta-feira, Solberg apresentará seu pedido de renúncia e entregará o cargo de primeiro-ministro ao líder do Partido Trabalhista Jonas Gahr Støre.
Segundo Solberg, o próximo governo deve estar prontos para lidar com uma situação difícil assim que assumir o poder. "O que ouvimos de Kongsberg esta noite, atesta que um ato cruel e brutal foi cometido, disse Støre ao NTB. "Meus pensamentos e profunda simpatia vão agora para as pessoas afetadas, suas famílias e para a polícia, pessoal de saúde e equipes de socorro que agora estão trabalhando em tempo integral para obter uma visão geral e ajudar aqueles que precisam de ajuda e acompanhamento, acrescentou o novo premiê.
O episódio desta quinta-feira trouxe de volta à lembrança dos ataques de 22 de julho de 2011, quando o terrorista de extrema direita Anders Behring Breivik detonou um carro-bomba em frente aos escritórios do governo em Oslo. Duas horas depois, armado com um fuzil semiautomático Ruger Mini-14 e com uma pistola Glock, ele atacou um acampamento de verão para jovens ativistas políticos na ilha de Utoya. No total, 77 pessoas foram mortas naquele dia – a maioria delas na ilha
Breivik, que mudou seu nome para Fjotolf Hansen, cumpre pena de 21 anos de prisão, que pode ser prolongada indefinidamente. Na ocasião, a ação do terrorista foi facilitada pelo despreparo das forças de segurança da Noruega, que não estavam preparadas para agir com rapidez. Disfarçado de policial, Breivik perseguiu por mais de uma hora participantes de um acampamento de verão da Juventude Trabalhista, presos na ilha de Utoya. Em 2018, a Noruega proibiu as armas semiautomáticas. A proibição começou a valer este ano.

Em 22 de julho de 2011, o terrorista de extrema direita Anders Breivik detonou um carro-bomba em frente aos escritórios do governo em Oslo e, duas horas depois, atacou um acampamento de verão para jovens ativistas políticos na ilha de Utøya. Setenta e sete pessoas foram mortas naquele dia - a maioria delas na ilha.
Em agosto de 2019, Philip Manshaus atirou contra uma mesquita nos subúrbios de Oslo, antes de ser rendido pela multidão, sem que houvesse feridos graves. Antes do ataque, Manshaus assassinou por motivação racista sua irmã adotada, que tinha origem asiática.
As autoridades também frustraram vários atentados islamistas./ REUTERS e AFP