O chanceler indiano, Jaswant Singh, disse nesta terça-feira considerar impossível que o primeiro-ministro da Índia, Atal Behari Vajpayee, e o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, se reúnam no Casaquistão, paralelamente a uma conferência regional. O encontro entre os dois líderes, marcado para o começo do próximo mês, havia sido anunciado pelo vice-ministro de Relações Exteriores russo, Alexandre Losiukov. Segundo ele, os embaixadores da Índia e do Paquistão em Moscou haviam confirmado ao presidente russo, Vladimir Putin, a presença de seus líderes ao encontro. "Pessoalmente não vejo a possibilidade de discussões entre Musharraf e Vajpayee", disse o chanceler indiano. "Não há possibilidades de discussão por meio de um terceiro país. O que Putin disse foi mal compreendido", acrescentou. O governo paquistanês, que hoje testou seu terceiro míssil balístico em quatro dias, havia reagido positivamente à iniciativa russa de promover um encontro entre os líderes de Índia e Paquistão, destinado a diminuir a tensão entre os vizinhos que estão à beira de um conflito militar por causa da disputada região da Caxemira. Durante entrevista coletiva, o chanceler indiano chamou o Paquistão de "epicentro do terrorismo internacional" e manifestou a decepção de seu governo pelo discurso pronunciado na véspera por Musharraf. Segundo Singh, o discurso foi "decepcionante e perigoso" e "apenas repetiu velhas promessas que até hoje não foram cumpridas". O chanceler britânico, Jack Straw, que chegou hoje a Islamabad, disse que "o líder paquistanês deverá tomar medidas contra os grupos terroristas que se escondem em seu país, pois somente assim poderemos conseguir o diálogo entre a Índia e o Paquistão". Após reunir-se com Musharraf, Straw partirá para Nova Délhi, onde se reunirá com autoridades indianas.