JERUSALÉMDesde o fim da moratória nos assentamentos da Cisjordânia, no dia 26, colonos israelenses passaram a construir no território palestino a um ritmo quatro vezes maior do que a média registrada nos últimos dois anos. A conclusão é de um levantamento feito pela agência de notícias Associated Press e revelado ontem.Ao todo, em três semanas israelenses iniciaram a construção de quase 550 casas no local que será parte de um Estado palestino, caso um acordo seja alcançado. Os assentamentos haviam sido congelados por dez meses, quando o primeiro-ministro de Israel, Binyamin "Bibi" Netanyahu, assumiu o poder. Apesar das pressões internacionais, Netanyahu não renovou a moratória, temendo perder apoio de setores radicais de sua coalizão.Segundo o movimento israelense antiassentamentos Paz Agora, o total de novas residências pode chegar a até 700, se somadas as construções tanto na Cisjordânia quanto em Jerusalém Oriental.A pesquisa da Associated Press foi qualificada de "alarmante" pelo enviado da ONU ao Oriente Médio, Robert Serry. Segundo ele, essas construções "são ilegais, de acordo com o direito internacional" e minam a confiança no diálogo.O levantamento foi feito por meio de visitas a 16 dos 120 assentamentos existentes, além de entrevistas com organizações de colonos, movimentos pacifistas, políticos árabes e israelenses, e especialistas na questão.O governo Netanyahu negou que a retomada das construções afaste a Autoridade Palestina da mesa de negociação e inviabilize um futuro Estado árabe na região. Segundo o gabinete do premiê, as novas casas não impedem o estabelecimento de um eventual Estado palestino.
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