‘Voltamos a lutar em Gaza’: Israel faz ataques extensivos e promete aumentar força militar

Ao menos 400 pessoas morreram; Exército disse ter atacado alvos terroristas ligados ao Hamas no momento em que negociações para o frágil cessar-fogo estão paralisadas

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Por Redação
Atualização:

O Exército de Israel bombardeou e conduziu “ataques extensivos” contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e prometeu “aumentar a força militar” depois que as negociações para manter o frágil cessar-fogo no enclave palestino foram interrompidas.

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“Esta noite, voltamos a lutar em Gaza devido à recusa do Hamas em libertar os reféns”, disse o ministro da Defesa Israel Katz. “Não pararemos de lutar até que todos os reféns voltem para casa e todos os objetivos da guerra sejam alcançados”, acrescentou em declaração emitida logo após os ataques.

Katz disse ainda que “as portas do inferno se abrirão em Gaza” e que o Hamas será atingido com uma força “nunca vista antes” se não libertar todos os 59 reféns restantes.

Palestinos caminham entre os escombros em Gaza. Israel anunciou "ataques extensivos" no enclave.  Foto: Jehad Alshrafi/AP

Os militares israelenses disseram ter “realizado ataques extensos contra alvos terroristas pertencentes à organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza”.

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Izzat al-Risheq, membro do gabinete político do Hamas, afirmou que a decisão do primeiro-ministro israelense de lançar ataques generalizados na Faixa de Gaza equivale a uma “sentença de morte” para os reféns restantes mantidos lá.

Os bombardeios atingiram a Faixa de Gaza na madrugada desta terça-feira, pelo horário local. O Ministério da Saúde do enclave palestino, que é controlado pelo Hamas e não diferencia civis de terroristas, afirma que mais de 400 pessoas morreram.

Horas após o início dos ataques, o Hamas anunciou a morte de quatro integrantes do alto escalão durante os bombardeios.

Tanques israelenses cruzam a fronteira de Israel com a Faixa de Gaza  Foto: Ohad Zwigenberg/AP

Negociações

Na sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro de Israel disse que instruiu o Exército a atacar o Hamas em toda a Faixa de Gaza. O governo israelense culpa o grupo terrorista por se recusar a libertar os reféns e rejeitar as ofertas do enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff.

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O acordo para o cessar-fogo e liberação de reféns entrou em vigor em 19 de janeiro, após 15 meses da guerra desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.

Desde o início do cessar-fogo, as forças israelenses mataram dezenas de palestinos que, segundo os militares, se aproximaram de suas tropas ou entraram em áreas não autorizadas. Ainda assim, o frágil acordo foi mantido.

A primeira fase, que estabelecia o cessar-fogo e a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, chegou ao fim no começo do mês. Desde então, Israel e Hamas discordam sobre as próximas etapas do acordo enquanto Egito, Catar e Estados Unidos têm tentado mediar o impasse.

Israel quer que o Hamas liberte metade dos reféns restantes em troca da promessa de negociar uma trégua duradoura. Em vez disso, o Hamas insistiu em manter a versão inicial do acordo, que deveria entrar na segunda fase. Nessa etapa, o grupo terrorista concluiria a liberação dos reféns enquanto as tropas israelenses se retirariam da Faixa de Gaza. Acredita-se que o Hamas tenha 24 reféns vivos e os corpos de outros 35.

Na semana passada, o enviado especial americano Steve Witkoff sugeriu uma “ponte” para estender o cessar-fogo até abril em troca pela liberação de cinco reféns, incluindo o cidadão americano israelense Edan Alexander. O Hamas insistiu no domingo que só libertaria o americano se o acordo atual fosse mantido, com início das negociações para a segunda fase do cessar-fogo e a entrada da ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Corpos de palestinos mortos por bombardeios israelenses são levados ao Hospital Al-Ahli, na Cidade de Gaza  Foto: Omar Al-qattaa/AFP

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EUA foi consultado antes de bombardeios

Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, afirmou que Israel consultou a Casa Branca antes de lançar os ataques. Os Estados Unidos conduziram recentemente uma onda de ataques contra posições dos Houthis no Iêmen, que, como o Hamas, é apoiado pelo Irã. Esse grupo disparou mísseis e drones contra Israel por mais de um ano como parte da guerra.

“Como o presidente Trump deixou claro, o Hamas, os Houthis, todos aqueles que buscam aterrorizar não apenas Israel, mas também os Estados Unidos da América, pagarão o preço por suas ações”, disse Leavitt em uma entrevista a Fox News na noite de segunda-feira.

O grupo terrorista Hamas ainda não respondeu militarmente aos ataques, deixando israelenses e palestinos esperando para ver se o grupo escolhe escalar ou ir para a mesa de negociações.

Por conta dos bombardeios israelenses, a passagem de Rafah, na fronteira de Gaza com o Egito, foi fechada, segundo informações de um oficial israelense que conversou com o jornal The New York Times. A fronteira foi a principal porta de saída para moradores do enclave que estão doentes e feridos.

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Palestinos inspecionam escombros de um prédio no centro da Faixa de Gaza  Foto: Jehad Alshrafi/AP

Protestos

O Fórum das Famílias dos Reféns israelenses lamentou o retorno dos ataques e convocou um protesto do lado de forma do Parlamento israelense, em Jerusalém. “A cada dia que passa, o perigo para os reféns cresce. A pressão militar pode colocar ainda mais em risco suas vidas,”

Um oficial israelense afirmou a Associated Press (AP) que o primeiro-ministro Netanyahu se reunirá com oficiais de segurança na próxima meia hora para discutir os próximos passos na guerra./com AP, NYT e AFP

*Notícia em atualização

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