O governo de Israel informou neste domingo que aprovou a construção de centenas de casas para colonos depois que cinco membros de uma família israelense - dentre eles três crianças - terem sido mortos a facadas no fim de semana, quando dormiam num assentamento na Cisjordânia. O ataque e a resposta do governo ameaçam afastar ainda mais um acordo de paz entre israelenses e palestinos. Israel, que responsabiliza militantes palestinos pelo ataque, deve apresentar uma iniciativa de paz, embora as novas construções aumentem a desconfiança dos palestinos. Mesmo num país acostumado com a violência, a agressão no assentamento de Itamar chocou o país. Fotografias das vítimas, incluindo um menino de 4 anos e sua irmã, estavam nas primeiras páginas dos principais jornais. Milhares de pessoas foram a um cemitério de Jerusalém para o funeral, incluindo o rabino-chefe de Israel e políticos."Não há um único coração judeu que não esteja chorando", disse o rabino-chefe Yona Metzger. "Depois de cenas tão horríveis, com quem devemos nos sentar e falar sobre paz?"As novas construções, aprovadas na noite de ontem por um grupo de ministros, vão acontecer em importantes blocos de assentamentos na Cisjordânia que Israel espera manter após um acordo final de paz, informou o escritório do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que está sob pressão para responder de forma dura aos assassinatos. Entre 300 e 500 apartamentos e casas receberam aprovação para serem construídos, disseram funcionários do governo. A oposição palestina à construção de assentamentos em terras que eles querem para seu futuro Estado levaram as negociações a uma paralisação nos últimos dois anos. Os palestinos se recusam a negociar com Israel enquanto as construções forem mantidas. "Nós condenamos este ato de construção acelerada de assentamentos", disse Saeb Erekat, um dos principais negociadores palestinos. "Nós pedidos à comunidade internacional que intervenha e implemente uma solução de dois Estados. Esta é a única forma de sairmos desde círculo vicioso de violência e contraviolência." As informações são da Associated Press.
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