Israel deu sinais ontem de que poderá aumentar suas concessões para libertar o cabo do Exército Guilad Shalit, sequestrado pelo Hamas em junho de 2006. Segundo autoridades israelenses, que preferiram não se identificar, em troca de Shalit o governo flexibilizaria o bloqueio a Gaza e libertaria membros do Hamas. "A operação (em Gaza) criou várias formas de pressão e influência que podem contribuir com a volta (de Shalit)", disse ontem o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert. "Depois que Guilad voltar para casa, poderemos contar toda a história." O ministro da Defesa, Ehud Barak, também afirmou que os recentes confrontos em Gaza podem "acelerar" o retorno de Shalit, mas alertou que Israel poderá ter de tomar "decisões duras" para trazê-lo de volta. Barak provavelmente se referiu à lista de membros do Hamas que deveriam ser libertados em troca de Shalit. Ao todo, seriam cerca de 1,4 mil militantes, sendo 450 líderes da organização. Desde a captura do cabo, Israel se nega a soltar os prisioneiros, afirmando que o retorno enfraqueceria a Autoridade Palestina, de Mahmud Abbas, rival do Hamas. O governo, entretanto, já trocou militantes do Hamas por israelenses - como em 1997, quando o líder supremo do grupo, xeque Ahmed Yassin, foi trocado por dois agentes do Mossad, o serviço secreto de Israel. Segundo um funcionário israelenses ouvido pela Reuters, Olmert deseja efetuar a troca de Shalit antes de deixar o poder - as eleições gerais estão marcadas para o dia 10. Não se sabe, porém, se o gabinete de segurança de Israel aprovaria todos os nomes exigidos pelo Hamas, afirmou a fonte.