O Exército de Israel destruiu a residência da família do jovem palestino de 16 anos que ontem promoveu um atentado suicida e matou outras três pessoas em Tel-Aviv. A demolição da casa num campo de refugiados na Cisjordânia ocorreu apesar das críticas, públicas e apaixonadas, feitas pela mãe do adolescente ao grupo que o enviou para executar a missão letal. Oficiais do Exército israelense disseram levar em conta o sofrimento da mãe do adolescente, mas insistiram que a "política de demolição da casa de militantes suicidas é necessária para conter novos ataques". Grupos de defesa dos direitos humanos e políticos palestinos denunciam o tipo de ação promovida pelo Estado judeu como "punição coletiva". Representantes da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), grupo que assumiu a autoria do atentado, prometeram reconstruir a casa da família. O incidente ilustra os sentimentos confusos em torno das ações suicidas. Menos de 24 horas depois de ter criticado os líderes da FPLP que enviaram seu filho para a missão suicida, Samira Abdullah dizia que sua raiva inicial já havia passado e considerava o filho um herói. Na segunda-feira, o filho de Abdullah, Eli Amer Alfar, de apenas 16 anos, detonou os explosivos atados a seu corpo em um mercado a céu aberto de Tel-Aviv, suicidando-se, causando a morte de três israelenses e deixando mais de 30 feridos. Hoje, num episódio cada vez mais comum nos territórios palestinos ocupados, soldados israelenses derrubaram a casa da família de Alfar no campo de refugiados de Askar, nos arredores de Nablus, na Cisjordânia. Os 12 membros da família que moravam na casa retiraram seus pertences antes da demolição.