Israel disse que matou no ataque a Beirute nesta terça-feira, 30, o comandante do movimento xiita libanês Hezbollah Fuad Shukr, a quem Israel responsabilizou pelo ataque do último sábado nas Colinas do Golan. O Hezbollah e fontes próximas ao assunto não confirmaram imediatamente a morte do comandante.
“Os caças da Força Aérea israelense eliminaram o comandante militar de mais alto escalão da organização terrorista Hezbollah e chefe de sua unidade estratégica, Fuad Shukr, na região de Beirute”, anunciou o Exército israelense em um comunicado.
Shukur é um alto comandante militar do Hezbollah a quem os EUA culpam por planejar e lançar o mortal bombardeio da Marinha em 1983 na capital libanesa. Uma fonte próxima ao grupo afirmou que ele sobreviveu ao ataque, mas a AFP não conseguiu verificar esta informação.
Leia também
Um oficial do Hezbollah, disse em condição de anônimato para a agência Associated Press, que não ficou imediatamente claro se algum oficial do grupo havia sido atingido. Já um oficial da inteligência militar libanesa disse que não tinha informações quando questionado se um oficial sênior de segurança do Hezbollah havia escapado do ataque aéreo.
O ataque desta terça-feira deixou três civis mortos, incluindo uma mulher e duas crianças, de acordo com o governo do Líbano, que ainda relatou 74 feridos, algumas deles gravemente. O bombardeio foi uma resposta a um ataque no último sábado, 27, contra as Colinas do Golan, que atingiu um campo de futebol e matou 12 pessoas.
Embora o Hezbollah tenha negado seu envolvimento no ataque na cidade de Majdal Shams, Israel está responsabilizando o grupo libanês. “O Hezbollah cruzou uma linha vermelha”, postou o Ministro da Defesa israelense Yoav Gallant na plataforma X logo após o ataque desta terça-feira.
“O inimigo israelense cometeu um grande ato estúpido em tamanho, tempo e circunstâncias ao mirar uma área inteiramente civil”, disse o oficial do Hezbollah Ali Ammar à Al-Manar TV. “O inimigo israelense pagará um preço por isso mais cedo ou mais tarde.”
O Exército israelense afirmou que deseja evitar um conflito mais amplo com o Hezbollah, mas que suas forças estão prontas para “qualquer cenário”.
“As contínuas agressões e os brutais ataques do Hezbollah estão arrastando o povo libanês e todo o Oriente Médio para uma escalada maior”, declarou o porta-voz militar, Daniel Hagari, em um comunicado. “Embora prefiramos resolver as hostilidades sem uma guerra mais ampla, as IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) estão plenamente preparadas para qualquer cenário”, acrescentou.
Kamala Harris diz que Israel tem ‘direito de se defender’
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, provável candidata democrata à presidência, afirmou que Israel tem “o direito de se defender”.
“Quero tratar do ocorrido nas últimas horas no Oriente Médio e deixar muito claro que Israel tem o direito de se defender”, disse a vice-presidente aos jornalistas enquanto se dirigia a um evento eleitoral em Atlanta, na Geórgia.
Kamala, que na semana passada foi franca com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, sobre a guerra em Gaza, pediu também uma solução diplomática para reduzir o risco de um conflito mais amplo na fronteira entre Líbano e Israel.
“O que sabemos de concreto é que [Israel] tem o direito a se defender de uma organização terrorista, que é exatamente o que é o Hezbollah”, afirmou Kamala. “Mas, dito tudo isso, ainda devemos trabalhar em uma solução diplomática para pôr fim a esses ataques, e vamos continuar fazendo esse trabalho”, completou./Com AFP e AP.