A cerca de segurança que está sendo levantada em torno de Jerusalém tem como objetivo evitar ataques palestinos, disse hoje um ministro do gabinete de Israel. No entanto, alguns israelenses temem que a construção poderá dividir novamente a cidade - a favor dos palestinos. A decisão de levantar a cerca foi tomada pelo gabinete israelense depois de vários ataques suicidas no setor judeu da cidade. Palestinos da Cisjordânia e Faixa de Gaza estão proibidos de entrar em Jerusalém, mas não há obstáculos em volta da cidade e milhares deles, a maioria procurando trabalho, caminham livremente pelo local todos os dias. Os palestinos protestam veementemente contra a proibição de entrar em Jerusalém, imposta depois da atual onda de violência no Oriente Médio, iniciada em setembro de 2000. Palestinos que moram em vilas próximas e bairros não conseguem trabalhar na cidade, e muçulmanos muitas vezes são banidos de orar no principal local sagrado do islamismo em Jerusalém Oriental. Cerca de 200 mil palestinos vivem em Jerusalém, perfazendo mais de um terço de toda a população de Jerusalém. Até agora, oito dos 20 quilômetros previstos de muros já foram levantados. A questão é complicada pois os limites da cidade de Jerusalém são sempre motivo de disputa. Na Guerra do Oriente Médio, em 1967, Israel capturou o lado árabe da cidade e o anexou nas semanas seguintes, expandindo as fronteiras norte e sul da cidade. Israel reivindica toda a cidade como sua capital. No entanto, a anexação nunca fora reconhecida por qualquer outro país, e os palestinos querem estabelecer um Estado com a parte árabe da cidade como sua capital. Os palestinos afirmam que a construção do muro é uma maneira de perpetuar a ocupação israelense da parte árabe da cidade. Entretanto, alguns israelenses reclamam que o muro não cercará todas as áreas anexadas, o que pode estar sinalizando uma nova divisão da cidade, como a anterior à Guerra do Oriente Médio. Em vista a algumas partes do muro já construídas, o ministro da Segurança Pública de Israel, Uzi Landau, afirmou que a obra visa somente assegurar a tranqüilidade dos israelenses. "Estamos levantando aqui alguns obstáculos em ordem a facilitar a habilidade de nossas forças de segurança para interceptar suicidas", disse ele. "Não estamos falando de fronteira".