Juízes adiam veredicto do 1º julgamento de Saddam

Uma eventual condenação à morte de Saddam poderia provocar uma reação violenta por parte de seus simpatizantes e de grupos rebeldes sunitas

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Por Agencia Estado
Atualização:

O veredicto do primeiro julgamento do presidente iraquiano deposto Saddam Hussein não será anunciado em 16 de outubro, conforme o previsto anteriormente, revelou nesta terça-feira um encarregado do tribunal que julga o ex-ditador. Raid Juhi, o porta-voz da corte, explicou que os juízes que analisam o caso têm planos de revisar as provas e talvez reconvocar algumas testemunhas. No próximo dia 16, o júri se reunirá pela primeira vez desde 27 de julho, quando foi declarado recesso para que um painel de cinco juízes analisasse o caso e chegasse a um veredicto. No processo, Saddam e outros sete réus são acusados de responsabilidade na morte de 148 pessoas na cidade xiita de Dujail, na primeira metade da década de 1980. Se forem considerados culpados, Saddam e outros réus correm risco de condenação à morte por enforcamento. Juhi disse que uma audiência ocorrerá no dia 16, "mas não será para o veredicto". De acordo com ele, "os juízes querem revisar as evidências", o que poderia incluir a reconvocação de algumas testemunhas ou a apresentação de novos depoimentos. Juhi disse não saber agora quando o veredicto será anunciado. Talvez novembro Sob condição de anonimato, um funcionário do tribunal comentou que, por causa desse adiamento, o veredicto poderia ser anunciado somente no início de novembro. Entretanto, existem temores no Iraque de que o veredicto - qualquer que seja ele - provoque reações extremas em meio a uma onda de violência sectária que envolve, principalmente, as comunidades árabes xiita e sunita do país. Milhares de pessoas já morreram em episódios de violência entre estes grupos durante o ano. Uma eventual condenação à morte de Saddam poderia provocar uma reação violenta por parte de seus simpatizantes e de grupos rebeldes sunitas. No caso de uma pena mais branda, poderia haver revolta entre xiitas e curdos, duramente reprimidos durante o regime de Saddam. Os temores com relação ao veredicto contrastam bastante com os planos originais dos Estados Unidos, que tinham a esperança de usar o julgamento de Saddam para "curar as feridas das divisões no Iraque trazendo à tona a verdade sobre o regime de Saddam" e promover a reconciliação entre sunitas e xiitas.

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