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Kirchnerismo pressiona tribunal a reverter anulação de eleição regional

Primeira decisão judicial em Tucumán considerou válidas as denúncias de fraude a favor do kirchnerismo

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Por Rodrigo Cavalheiro, correspondente e Buenos Aires
Manifestantes pedem anulação da eleição em Tucumán Foto: Sol Almidez/Infoto via AP

BUENOS AIRES - O kirchnerismo da Província de Tucuman, onde as eleições do dia 23 foram anuladas na quarta-feira, 16, recorreu ao tribunal regional para reverter a decisão de dois juízes de primeira instância que determinaram uma nova votação. Na quinta-feira, 17, o grupo político da presidente Cristina Kirchner anunciara um plano de destituir a dupla de magistrados que deu uma sentença favorável à oposição. 

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Pela apuração oficial, que levou 24 dias, o candidato governista Juan Manzur venceu o opositor José Cano por 11 pontos porcentuais de diferença. A primeira decisão judicial, entretanto, considerou válidas as denúncias de fraude sistematizada a favor do kirchnerismo. Houve queima de urnas, troca de votos por alimento e repressão a manifestantes que contestavam o resultado. Na noite de quarta-feira, uma marcha governista cercou a corte de primeira instância que ditou a sentença, na quinta-feira pressão semelhante foi feita à tarde e nesta sexta-feira a capital da província, San Miguel, apareceu com cartazes com a fotos dos dos magistrados com cifrões na testa e as inscrições "eles são dois e atacaram a vontade de 500 mil".

"Seguiremos até as últimas consequências contra esses juízes, seja com denúncias penais ou um julgamento político para sua destituição. Não podem representar o Judiciário nunca mais", disse Marcelo Caponio, representante regional da Frente para a Vitória, a coalizão kirchnerista. Ele também defendeu intervenção federal na província no caso de a decisão não ser revertida, o que causou controvérsia entre constitucionalistas. 

A Corte Suprema do país, em comunicado, informou que não se manifestará sem que o caso passe primeiro pelo tribunal regional de Tucumán. Três dos cinco juízes desta corte foram nomeados pelo atual governador, o kirchnerista José Alperovich, o que torna improvável a confirmação da primeira decisão inicial. O governador disse ser impossível votar de novo no dia da eleição geral e também sugeriu a intervenção federal. Na véspera da decisão judicial, o kirchnerismo chegou a celebrar a vitória de Manzur e Cristina pediu que a apuração fosse respeitada pela oposição. 

"A solução clara é que se repitam as eleições. O primeiro que deveria querer isso é Manzur, para ter legitimidade", respondeu Mauricio Macri, principal candidato opositor à presidência, que apoiou Cano. O outro opositor na disputa, o ex-kirchnerista Sergio Massa, disse que há "uma tentativa kirchnerista de escapar da decisão". Daniel Scioli, o candidato do governo, afirmou que "a vontade popular deveria ser respeitada".

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