Texto atualizado às 12h51
NOVA YORK - O diplomata Kofi Annan renunciou nesta quinta-feira, 2, a renúncia como enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria. Ele deixará o cargo no dia 31 de agosto, segundo o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que já busca um sucessor.
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"Eu anuncio com profundo pesar a renúncia do enviado especial à Síria, Kofi Annan", disse Ban em um comunicado, que lamentou a partida de Annan, uma vez que a violência continua na Síria. "Kofi Annan merece a nossa profunda admiração pela forma que utilizou seus formidáveis talentos e prestígio nesta tarefa difícil e potencialmente ingrata", acrescentou.
Ban disse também que já iniciou as negociações com o Secretário Geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, para "designar um sucessor rapidamente, para que ele possa continuar os esforços pela paz".As ações do governo contra os rebeldes continuam. O plano diplomático de seis pontos de Annan, que visa o fim do conflito na Síria - incluindo a cessação dos combates entre exército e rebeldes e transição política - não chegou a ser implementado.
Em entrevista coletiva em Genebra, Kofi Annan disse que "é impossível para mim ou para qualquer outra pessoa convencer o governo e a oposição a dar os passos necessários para abrir um processo político". Ele também voltou a denunciar a falta de unidade na comunidade internacional para pôr fim a 17 meses de conflito armado. RepercussãoA Rússia também lamentou a renúncia de Kofi Annan, informou hoje o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin. "Nós entendemos que é uma decisão dele, mas lamentamos", disse Churkin a jornalistas, reiterando que o país sempre apoiou a missão de Annan.Diplomatas do Conselho disseram reservadamente que os Estados Unidos e países do Golfo Árabe se tornaram cada vez mais frustrados nas últimas semanas com o que viram como um "compromisso obstinado de Annan para a diplomacia", em um momento que acreditavam que todos os caminhos para o diálogo com o presidente sírio, Bashar al-Assad, foram esgotados.
Os diplomatas ocidentais também culparam a Rússia e a China por vetarem três resoluções do Conselho de Segurança, destinadas a inflar a pressão sobre Assad para o fim dos ataques contra civis, que se tornaram uma guerra civil em grande escala. Com agências de notícias