Libaneses comemoram levante contra dominação síria

Revolução do Cedro encerrou 30 anos de domínio de Damasco sobre Beirute

PUBLICIDADE

Atualização:

Libaneses se reuniram na Praça dos Mártires, em Beirute.

 

PUBLICIDADE

BEIRUTE - Dezenas de milhares de libaneses se dirigiram para a praça central de Beirute neste domingo para marcar o aniversário dos protestos de 2005 que encerraram os 30 anos de dominação síria sobre o Líbano e exigir que o grupo militante Hezbollah, visto como um representante da Síria, entregue suas armas.

 

A manifestação da oposição pró-Ocidente foi uma poderosa demonstração de força e ocorreu num momento tenso para o Líbano e o restante do mundo árabe, que tem sido varrido por uma onda de levantes contrários ao governo.

 

A multidão agitou bandeiras libanesas, faixas de partidos pró-Ocidente e pôsteres do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, cujo assassinato em 2005 deu início ao movimento que expulsou as tropas sírias naquele mesmo ano, no evento que se tornou conhecido como a "Revolução do Cedro".

 

"Nós viemos aqui para dizer que somos contra as armas (do Hezbollah)", disse o comerciante Atef Kahwaji, de 51 anos. "Eles mentem quando dizem que as armas são para ser usadas apenas contra Israel."

 

O Hezbollah tem um arsenal que supera o do Exército nacional e tem o apoio da maioria dos xiitas libaneses e de muitos cristãos. O grupo afirma que precisa das armas para defender o Líbano no caso de um ataque israelense.

 

O aniversário deste ano coincide com a elevação das tensões resultantes da manobra política feita pelo Hezbollah e seus aliados em janeiro, que forçaram a queda do governo liderado pelo primeiro-ministro Saad Hariri, filho de Rafik Hariri.

Publicidade

 

Dessa forma, o Hezbollah e seus aliados conseguiram eleger seu candidato para liderar um novo governo. Várias renúncias do lado pró-Ocidente também ajudaram o grupo militante a conquistar maioria no Parlamento.

 

As tropas sírias entraram no Líbano em 1976, como parte de uma força árabe que tentava encerrar a guerra civil no país. As informações são da Associated Press.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.