Líder das Farc escapou por pouco de bombardeio, diz presidente da Colômbia

Segundo Juan Manuel Santos, Alfonso Cano teria deixado acampamento horas antes de ação

O principal líder das Farc, maior grupo guerrilheiro da Colômbia, escapou por pouco de um ataque do Exército a um acampamento rebelde, afirmou o presidente do país, Juan Manuel Santos. Segundo Santos, o líder guerrilheiro Alfonso Cano teria escapado do acampamento "em um espaço de 12 horas" antes de uma operação militar na quinta-feira, na divisa entre os distritos de Huila e Cauca, no sudoeste do país. Soldados que chegaram ao local após o ataque encontraram roupas e pertences de Cano, além de dois cachorros que normalmente o acompanham. Imagens de TV mostraram um campo rudimentar. As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) vêm sendo fortemente enfraquecidas por ações do governo colombiano nos últimos anos. Em setembro, o principal comandante militar do grupo, Jorge Briceño, conhecido como Mono Jojoy, foi morto em um ataque aéreo. Em março de 2008, uma ação no lado equatoriano da fronteira com a Colômbia havia matado o então número 2 do grupo, Raúl Reyes. Menos de um mês depois, o fundador e líder das Farc, Manuel Marulanda, morreu após um infarto. Na mais recente baixa do grupo guerrilheiro, o Exército anunciou em março deste ano que matou o chefe de segurança de Cano, Alírio Rojas Bocanegra. Pontas de cigarro Em declarações feitas neste domingo em Bogotá, Juan Manuel Santos afirmou que o Exército havia recebido informações sobre a localização do acampamento de Cano de algum integrante das próprias Farc. A área montanhosa foi bombardeada e depois os soldados foram enviados, mas descobriram que ele havia deixado o local às pressas pouco antes do ataque. "Verificamos que na noite anterior Cano havia dormido no acampamento", afirmou. Segundo o presidente, pontas de cigarro da marca favorita de Cano teriam sido encontradas no chão perto do acampamento. Santos afirmou que esta foi a terceira vez que Cano escapou por pouco de ser morto ou capturado. Ele disse ter ordenado a intensificação das operações contra as Farc e afirmou que os líderes do grupo perderam o que consideravam seus refúgios seguros. "Estivemos muito próximos de Cano", disse Santos. "Ele não morreu, mas esteve muito perto. Mais cedo ou mais tarde ele vai cair, como todos os outros líderes das Farc", afirmou. Cano, um ex-professor universitário de 62 anos cujo nome verdadeiro é Guillermo León Saenz, assumiu a liderança das Farc após a morte de Manuel Marulanda. As Farc foram fundadas em 1964 e desde então vêm lutando contra as forças do governo colombiano com o objetivo de estabelecer um regime marxista no país. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.