Macron toma posse com promessa de construir uma França ‘mais independente e forte’

Reeleito após derrotar a ultradireita nas urnas, Macron afirmou que França precisa de “novo método” de governança para estar à altura de desafios atuais

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Por Redação
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O recém-reeleito presidente da França, Emmanuel Macron, tomou posse de seu segundo mandato com a promessa de governar o país nos próximos cinco anos com um “novo método” para criar uma França “mais independente e mais forte”. A cerimônia aconteceu no Palácio do Eliseu, em Paris, neste sábado, 7.

Em um breve discurso, Macron falou sobre a necessidade de inovar em um momento de desafios sem precedentes para o mundo e para a França. Ele também listou os principais desafios enfrentados na primeira gestão: a crise climática, a pandemia de coronavírus e a guerra na Ucrânia, que ameaça a Europa.

Para os próximos cinco anos, Macron prometeu que segundo mandato será “novo”, e não apenas uma continuação dos primeiros anos de governança. “Agir sem descanso com um objetivo: ser uma nação mais independente, viver melhor e construir nossas respostas francesas e europeias aos desafios do nosso século”, declarou o centrista.

O presidente da França, Emmanuel Macron, com as tropas nos jardins do Palácio do Eliseu, em Paris, após cerimônia de posse neste sábado, 7. Líder foi reeleito presidente após derrotar Marine Le Pen nas urnas Foto: Christophe Petit Tesson / EFE

“Precisamos inventar juntos um novo método, longe de tradições e rotinas cansadas, com o qual possamos construir um novo contrato produtivo, social e ecológico”, acrescentou.

Se referindo à crise climática, Macron disse que o objetivo é deixar como legado um outro planeta, mais habitável. “Estamos no momento em que o século está mudando. Na grande desordem planetária, temos juntos que traçar um outro caminho”.

Em um país onde os presidentes raramente são reeleitos, Macron obteve 58,5% dos votos no segundo turno contra Marine Le Pen, de extrema direita, apesar da forte oposição às suas políticas pró-negócios e da proposta de reforma da previdência, que aumentaria a idade de aposentadoria. Macron também enfrentou a crise da pandemia de covid-19 e, agora, a ameaça gerada pela guerra na Ucrânia.

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O segundo mandato de Macron começa oficialmente no dia 13 de maio. Enquanto isso, os adversários políticos do presidente se preparam para as eleições legislativas do próximo mês. Macron vai buscar renovar a maioria parlamentar.

Mais de 500 convidados estiveram presentes na cerimônia. Entre eles, estavam os ex-presidentes franceses François Hollande e Nicolas Sarkozy, os ex-primeiros-ministros Edouard Philippe, Manuel Valls, Alain Juppe e Jean-Pierre Raffarin, além de líderes religiosos e outras figuras estatais.

Hollande, que apoiou Macron na votação do segundo turno contra Le Pen, afirmou após a cerimônia que Macron não podia se dar ao luxo de reproduzir os “métodos de ontem”. “O que notamos nesta eleição foi que há mais cidadãos (que votaram) por rejeição, e não por esperança”, disse Hollande.

Uma esquerda política recém-unida em uma coalizão, formada entre o Partido Socialista de Hollande, o partido de extrema esquerda La France Insoumise (LFI), os Verdes e o Partido Comunista, espera retirar de Macron a maioria no Parlamento nas próximas eleições parlamentares, a serem realizadas no dia 12 a 19 de junho.

Macron é o primeiro líder francês reeleito em 20 anos e chegou à presidência da França em 2017 depois de derrotar a ultradireitista Marine Le Pen com um movimento político reformista e de fortalecimento da Europa. Os partidos então dominantes na França - os socialistas de François Hollande e os republicanos de Nicolas Sarkozy - foram enfraquecidos em parte devido à ascensão deste movimento político.

Após discursar, Macron cumprimentou os convidados e seguiu para o pátio do Palácio do Eliseu para acompanhar a Marselhesa, o hino nacional da França. Como parte da tradição, 21 tiros de canhão foram disparados da Esplanada dos Inválidos. Esses canhões ficam efetivamente apontados ao Palácio do Eliseu, sede do governo, para lembrar ao governante que na França o povo é soberano.

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Até o momento, o atual primeiro-ministro, Jean Castex, permanece no cargo. Espera-se que Macron anuncie um novo nome no dia 13 de maio, quando começa o seu segundo mandato. Entretanto, o Palácio do Eliseu afirmou, em nota, que o cargo ainda não foi oferecido a ninguém. /REUTERS, AFP

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