O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reafirmou em entrevista ao canal britânico BBC que não permitirá a entrada de ajuda humanitária no paísnem vê sentido em antecipar as eleições presidenciais, como defende parte da comunidade internacional. Ele também voltou a acusar o presidente americano, Donald Trump, de tentar invadir a Venezuela e o chamou de "supremacista branco".
"A Venezuela tem capacidade de suprir as necessidades de seu próprio povo", disse Maduro. "A ajuda humanitária é parte de um truque. É por isso que, com toda dignidade, dizemos que não queremos migalhas nem sobras."
Maduro disse também que as sanções americanas à Venezuela, que têm sido impostas desde 2017, são responsáveis pela crise econômica - que, na verdade, começou em 2013. "Não iremos mendigar nada para ninguém", avisou.
O presidente venezuelano anunciou o rompimento das relações diplomáticas com os Estados Unidos em janeiro, depois que Trump reconheceu o opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Apesar disso, os diplomatas americanos seguem na embaixada em Caracas.
"É uma guerra da extrema direita e da Ku Klux Klan para dominar a Venezuela, disse Maduro. Questionado se achava Trump um supremacista branco, ele respondeu afirmativamente. "Pública e abertamente, sim", afirmou. "Eles nos odeiam."
Maduro disse também que "não há lógica em antecipar as eleições porque, segundo ele, elas acabaram de ocorrer. A oposição e a comunidade internacional, no entanto, dizem que a votação foi injusta e fraudulenta.
O venezuelano ainda minimizou a liderança de Guaidó. "São dez países que tentam impor um governo que ninguém elegeu", afirmou. Mais de 30 países já reconheceram o opositor como presidente interino.