PARIS - Centenas de parisienses voltaram a ocupar na noite de segunda-feira, 11, a Praça da República, depois de terem sido desalojados de forma pacífica pela polícia, dando continuidade à mobilização iniciada no dia 31 de março, conhecida como "Nuit Debout" (Noite em claro, em tradução livre), que busca expressar seu descontentamento com a política tradicional.
No chamado movimento "Nuit Debout", centenas ou milhares de manifestantes vão à Praça da República, principalmente para expressar sua oposição à reforma do código trabalhista promovida pelo governo socialista.
A praça, para onde as manifestações em Paris costumam ser convocadas, se transformou também em lugar de homenagem às vítimas dos atentados de janeiro e novembro de 2015.
Na manhã de segunda-feira, a polícia expulsou os manifestantes do local, alegando que era preciso "retirar as estruturas fixas", mas, de acordo com a prefeitura, os organizadores apresentaram uma solicitação para reocupar a praça.
O protesto defende outras causas, como a defesa dos imigrantes, a ecologia, o feminismo e a luta contra a corrupção. Além disso, a "Nuit debout" se estendeu para outras cidades do país e cerca de 200 organizaram manifestações imitando o movimento parisiense
Reação. O governo da França anunciou nesta segunda-feira um pacote de cerca de € 500 milhões de euros em auxílio a estudantes, na tentativa de conter a revolta de manifestantes que prometeram voltar a se reunir em uma praça do centro de Paris pela 12ª noite consecutiva.
"O governo está ouvindo. Ele entende as preocupações dos jovens", afirmou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, a organizações estudantis, anunciando subsídios para jovens graduados em busca de emprego e outras formas de auxílio a estudantes e aprendizes no valor total de 400 a 500 milhões de euros.
Poucas horas antes de Valls se encontrar com jovens e líderes estudantis para tentar apaziguar as tensões, a polícia retirou cerca de cem manifestantes da "Nuit Debout" da Place de la République sem incidentes.
A polícia também desmontou barracas e hortas de vegetais improvisadas, mas planos de novos protestos para a noite desta segunda-feira foram anunciados de imediato. / AFP, EFE e REUTERS
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