A deputada opositora María Corina Machado reconheceu ontem sua ambição de ser candidata à presidência da Venezuela. Ela lidera, ao lado de Leopoldo López - preso há 45 dias -, o movimento que pede a renúncia imediata do presidente Nicolás Maduro, cenário que levaria a eleições em 30 dias.
"Todos os venezuelanos sabem que quero ser presidente. Mas a prioridade agora é tirar o chavismo do poder", disse a deputada no programa Roda Viva, gravado ontem a tarde, ao ser questionada se apoiaria Henrique Capriles em uma eleição antecipada ou disputaria prévias. O programa será transmitido às 22h de segunda-feira. María Corina admitiu "divergências democráticas" na oposição e afirmou que o chavismo enfrenta divisões muito maiores "até mesmo nas Forças Armadas".
Pela manhã, após reunião com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a opositora disse que teme ser presa após sua cassação e acusou o chavismo de tentar desmobilizar a oposição ao deter líderes dos protestos. Ela disse esperar que sua visita ao Brasil mude a posição do governo de Dilma Rousseff sobre a Venezuela. "Um país que pretende ser líder na América Latina não pode ser apenas líder econômico, tem de ser também líder institucional na defesa dos ideais democráticos", afirmou. Alckmin elogiou a deputada e afirmou que não existe democracia sem oposição. / COLABORARAM LUIZ RAATZ E GABRIELA LARA