A morte de um manifestante antigoverno no Iêmen provocou o recrudescimento das ações contra o governo do presidente Ali Abdullah Saleh, no poder há 32 anos, afirmaram partidários da oposição. Eles prometeram na quarta-feira não abandonar os protestos depois da violência. Testemunhas afirmaram que Abdullah Hameed Ali, de 28 anos, foi baleado na cabeça na noite de terça-feira, depois que policiais e agentes de segurança atiraram contra um grupo que montava barracas na frente da Universidade de Sanaa - área que se tornou o epicentro do levante civil. "Eles investiram contra nós com suas armas e cassetetes e começaram a atirar", disse Raafat Baji, um dos cerca de 80 feridos no ataque. A agência de notícias estatal Saba atribuiu o tiroteio a homens armados ligados a um líder tribal e disse que a polícia procurava os culpados. Integrantes da oposição negaram essa versão e disseram que o ataque demonstrava o desespero de Saleh. "Esses ataques indicam o começo da desintegração do regime diante da revolução da juventude", disse Mohammed Qahtan, porta-voz da coalizão da oposição no Iêmen. Vizinho da Arábia Saudita e o país mais pobre da Península Arábica, o Iêmen tem registrado uma série de protestos nas últimas semanas inspirados pelas insurreições na Tunísia e no Egito. Cerca de 30 pessoas morreram até agora com a revolta. Analistas advertiram que a situação pode piorar rapidamente. (Reportagem adicional de Mohamed Sudam e de Erika Solomon em Dubai)