Dois anos de conversas informais entre ex-negociadores israelenses e palestinos produziram um acordo de paz que poderá servir de base para propostas de caráter oficial, disseram os participantes das negociações. A liderança israelense considerou as conversações informais irresponsáveis, por terem sido realizadas à margem do governo, dando a entender que os participantes pelo lado de Israel - ministros de esquerda, generais de centro e parlamentares da oposição - não têm o direito de fazer concessões em nome do Estado de Israel. O presidente palestino, Yasser Arafat, foi informado dos contatos e tem conhecimento dos detalhes do acordo, disseram funcionários da administração palestina. Os palestinos participaram da negociação informal com ministros, parlamentares e líderes do partido Fatah, no poder. Como parte da proposta, Israel deveria retirar-se de 98% da Cisjordânia e de toda a Faixa de Gaza, anexando 20 dos 150 assentamentos judaicos, disseram os negociadores. Os palestinos seriam compensados pela perda de território com a anexação de áreas no deserto do Neguev, para ampliar a Faixa de Gaza. Jerusalém seria dividida por uma fronteira internacional, com os bairros judeus para Israel e os árabes, para a Palestina. A Cidade Antiga, onde ficam locais sagrados de ambas as religiões e do cristianismo, continuaria aberta a todos.
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