Moscou - Viktor Zubkov, o homem escolhido por Vladimir Putin para a chefia do governo russo, é um tecnocrata quase desconhecido não só no exterior, mas também na Rússia. Aos 65 anos, ele ocupava até agora o cargo de diretor do Serviço Federal de Controle Financeiro. No entanto, Zubkov é considerado pela maioria dos analistas uma figura transitória. Assim como muitos políticos que chegaram ao topo do governo de Putin, Zubkov trabalhou com o atual presidente na prefeitura de São Petersburgo na década de 90. "Ele era bastante inexpressivo, sombrio", disse um ex-colega de Zubkov da época de São Petersburgo. "Tinha dificuldade de expressar-se e pavor de falar em público", acrescentou o ex-colega, que pediu para não ser identificado. "Não tinha idéias, era alguém que seguia instruções." Zubkov foi indicado para substituir Mikhail Fradkov, que renunciou após três anos como primeiro-ministro. Na condição de diretor do Serviço de Controle Financeiro desde 2001, Zubkov teve um importante papel no combate à lavagem de dinheiro, uma prioridade para Putin - que empreendeu uma campanha contra "os oligarcas" que fizeram fortuna zombando da lei. O serviço foi fundamental para conseguir que a Rússia fosse retirada da lista de países suspeitos feita pela Força-Tarefa de Ação Financeira, uma organização internacional de combate à lavagem de dinheiro. A proximidade de Zubkov com a área financeira fez com que os mercados russos recebessem a indicação com tranqüilidade. A filha de Zubkov vive com Anatoli Serdyukov, também de São Petersburgo, a quem Putin indicou no início do ano para ministro da Defesa.