O que restou da liderança do Hamas e da capacidade militar do grupo após 15 meses de guerra

Campanha militar de Israel na Faixa de Gaza resultou na morte de lideranças e militantes, além da destruição de túneis; apesar de danos, grupo mantém relevância e busca se reorganizar

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A campanha militar de Israel na Faixa de Gaza resultou em danos devastadores ao Hamas, o grupo terrorista responsável pelo ataque no dia 7 de outubro: os israelenses mataram as principais lideranças e milhares de combatentes, destruíram em parte a rede de túneis e minaram a capacidade do grupo de lançar foguetes. Apesar da destruição, o grupo se mantém com influência dentro da Faixa de Gaza, convocando novos militantes e estabelecendo novas lideranças.

Após a morte de Yahya Sinwar em outubro do ano passado, o Hamas ficou sem uma de suas principais lideranças. Meses antes, em julho, o grupo havia perdido o líder político, Ismail Haniyeh, assassinado em Teerã após a posse do presidente iraniano Masoud Pezeshkian.

Imagem desta quarta-feira, 15, mostra palestino celebrando o cessar-fogo entre Israel e o Hamas na cidade de Khan Younis, na Faixa de Gaza. Hamas mantém relevância entre palestinos Foto: Jehad Alshrafi/AP

PUBLICIDADE

Mas, à medida que o grupo buscou se reorganizar, o irmão mais novo de Sinwar, Mohammed Sinwar, emergiu como um de seus novos líderes, segundo informações do jornal americano The New York Times. Com ele, há um grupo de dirigentes reunidos em um politburo (espécie de conselho político) responsáveis por tomar decisões do grupo, a exemplo do cessar-fogo acordado com Israel esta semana.

Mohammed Sinwar não substituiu formalmente o irmão Yahya, o principal mentor dos ataques em solo israelense no dia 7 de outubro. Formalmente, ele é o comandante das Brigadas Qassam, o braço armado do Hamas, no sul da Faixa de Gaza. No norte, o comandante do braço armado do grupo chama-se Izz al-Din al-Haddad. Juntos, os dois tem papel relevante com os negociadores do Hamas no exterior para determinar a pausa ou a continuidade dos combates.

Publicidade

Imagem desta quarta-feira, 15, mostra palestinos celebrando anúncio de cessar-fogo entre Hamas e Israel em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza Foto: Abdel Kareem Hana/AP

Apesar dos danos sofridos, o Hamas continua sendo o poder palestino dominante em Gaza, mesmo após 15 meses de bombardeio israelense, e se mantém resistente no campo de batalha, causando danos ao Exército israelense. O grupo possui o poder em campos de refugiados e recusa a rendição.

Mas enfraquecido junto com os seus aliados do Hezbollah e do Irã, o grupo anunciou o cessar-fogo com Israel nesta semana como “conquista” e devem buscar se reorganizar.

Analistas ouvidos pelo NYT afirmam que se o acordo de cessar-fogo for implementado por completo, com as três fases previstas, o grupo desempenhará um papel fundamental no futuro da Faixa de Gaza. “O Hamas estará presente em cada detalhe em Gaza”, disse Ibrahim Madhoun, um analista próximo ao grupo militante.

Madhoun reconheceu que as Brigadas Qassam sofreram perdas, mas disse que ainda estão “em terreno sólido” e recrutou novas pessoas para substituir os mortos em combate. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse esta semana que autoridades americanas avaliaram que o Hamas trouxe quase tantos novos combatentes quanto perdeu na guerra.

Publicidade

“Avaliamos que o Hamas recrutou quase tantos novos militantes quanto perdeu”, disse Blinken em um discurso um dia antes dos negociadores chegarem ao acordo de cessar-fogo no Catar. “Essa é uma receita para uma revolta duradoura e guerra perpétua.” /COM NYT

Comentários

Os comentários são exclusivos para cadastrados.