A Organização Mundial da Saúde (OMS), chefes de Estado e representantes da iniciativa privada lançaram nesta sexta-feira, 24, uma ação de cooperação mundial histórica para desenvolver uma vacina e tratamentos contra o novo coronavírus. O objetivo é acelerar o desenvolvimento, a produção e a distribuição equitativa de vacinas, diagnósticos e remédios para combater a pandemia. O grupo espera arrecadar 7,5 bilhões de euros.
"Nosso compromisso compartilhado é garantir que todas as pessoas tenham acesso a todas as ferramentas para derrotar a covid-19. O acelerador reúne o poder combinado de várias organizações para trabalhar com velocidade e escala", afirmou Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS.
Tedros disse que a entidade tem trabalhado com milhares de pesquisadores em todo o mundo para acelerar e acompanhar o desenvolvimento de vacinas e diagnósticos que estão sendo usados em todo o mundo. "Estamos coordenando um estudo global sobre a segurança e eficácia de quatro remédios contra a covid-19. O mundo precisa dessas ferramentas e precisa delas rapidamente. Por isso, o compromisso é de garantir que todas as pessoas tenham acesso a todas as ferramentas para derrotar a pandemia."

Participaram da ação líderes como Angela Merkel, da Alemanha, Emmanuel Macron, da França, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, afirmou que para vencer o vírus será preciso "o maior esforço de saúde pública da história".
"O mundo precisa desenvolver, produzir e garantir uma distribuição equitativa (...) uma vacina e tratamento acessíveis, seguros, eficazes, fáceis de administrar e universalmente disponíveis - para todos, em qualquer lugar", defendeu o português.
Chefes de Estado
A China, onde os primeiros casos do novo coronavírus foram identificados no final de dezembro, não participou, assim como os Estados Unidos, que têm criticado a OMS e afirmaram que iriam interromper o financiamento à entidade. O Brasil também não foi representado.
Macron afirmou que a nova vacina deve ser acessível em todos lugares, inclusive nos países mais vulneráveis. "É isso que nos permitirá retornar à vida normal o mais rápido possível".
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que a ação conjunta é um passo decisivo na direção correta. Em sua mensagem, defendeu o papel da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OMS na liderança da luta contra o vírus e lembrou que o momento é de união. "Na luta contra o covid-19, ninguém pode ser deixado para trás. Precisamos avançar de esforços individuais fragmentados para uma ação colaborativa. As parcerias são a única solução".
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, comentou que o momento é de promover a cooperação internacional e que é responsabilidade dos chefes de Estado ter governança, transparência e comprometimento para atingir o melhor resultado na luta contra a pandemia. "Estou confiante que essa aliança vai crescer colocando junto os melhores cérebros e os melhores recursos para o interesse da humanidade", afirmou.
Presidente da África do Sul e líder em exercício da União Africana, Cyril Ramaphosa afirmou que o continente africano é "extremamente vulnerável" e precisa de todo o apoio e assistência possível.