O secretário geral da ONU, Kofi Annan, pediu hoje aos EUA que não ataquem o Iraque de forma unilateral e reconheceu que o Conselho de Segurança terá que tomar uma decisão "sombria" se o presidente iraquiano Saddam Hussein não se desarmar. Annan afirmou que o Iraque "não tem cumprido" com suas obrigações com a ONU e enfrenta a "sua última oportunidade", destacando que a guerra é sempre o último recurso. Segundo ele, o desarmamento do Iraque "não corresponde só a um país, mas a toda a comunidade internacional". O secretário geral das Nações Unidas disse que a melhor forma de enfrentar o perigo das armas de destruição de massa é através de "um enfoque coletivo e multilateral". Annan admitiu a possibilidade de aceitar uma operação militar contra o Iraque se o país persistir em desafiar as resoluções da ONU. "O Conselho de Segurança terá que enfrentar suas responsabilidades. Se o Iraque continuar desafiando, o Conselho terá que tomar uma decisão sombria, mais completa e fatídica que a que tomou em 1990" (quando autorizou a ofensiva para tirar o Iraque do Kuwait), afirmou. Annan lembrou que os fundadores da ONU "não eram pacifistas". "Sabiam que há momentos em que a força deve ser confrontada com a força", mas reiterou que o uso da força só deverá acontecer através de uma decisão unânime para que tenha respaldo internacional. O Conselho de Segurança obtém seus melhores resultados "quando todos seus membros trabalham em unanimidade", disse. "Quanto maior for nosso consenso sobre o Iraque, maiores possibilidades teremos de unirmos para tratar de forma efetiva outros conflitos no mundo", afirmou Annan. Ele disse ainda que o trabalho dos inspetores da ONU no Iraque poderá dar "resultado", lembrando que em 90 os inspetores destruíram mais armas e instalações que as forças de combate dos EUA.