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Oposição cobra primeiro-ministro do Líbano sobre caso Hariri

Líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse no sábado que não entregará ao TPI os quatro suspeitos

Por AE
Atualização:

BEIRUTE - A oposição cobrou que o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, anuncie seu total apoio ao tribunal apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que acusou membros do Hezbollah pelo assassinato do ex-premiê Rafiq Hariri, em 2005.

 

 

"Nós exigimos que o primeiro-ministro anuncie aberta e claramente seu compromisso (com o tribunal) diante do Parlamento, na terça-feira, e diga que ele tomará todos os passos necessários para cumprir suas decisões, ou deem o fora, ele e seu governo", afirmou na noite de domingo, 3, o parlamentar Fuad Siniora, ele próprio um ex-premiê e importante membro da oposição.

 

O governo de Mikati, em que o Hezbollah e seus aliados controlam a maioria das cadeiras, enfrenta nesta semana um voto de confiança no Parlamento.

 

Nasrallah

 

O Tribunal Especial para o Líbano, apoiado pela ONU, emitiu na semana passada acusações formais pela morte de Hariri, em 2005. Hariri, que era um poderoso bilionário sunita apoiado pela Arábia Saudita, foi morto em um atentado. O tribunal emitiu mandados de prisão contra quatro importantes membros do Hezbollah, um grupo xiita apoiado pelo Irã.

 

Mas o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse no sábado que nunca entregará os quatro, acrescentando que a corte sediada na Holanda deve se preparar para um julgamento in absentia (em ausência).

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Nasrallah atacou várias vezes o tribunal, visto por ele como uma conspiração dos EUA e de Israel contra o Hezbollah. No sábado, porém, adotou um tom conciliador no plano interno, dizendo que as tentativas israelenses de incitar a violência sectária no Líbano irão fracassar.

 

O tribunal especial, estabelecido em 2007, gerou uma forte crise política no Líbano, levando ao colapso de um governo de unidade apoiado pelo Ocidente. O indiciamento ocorre em um momento delicado para o Hezbollah, com um importante aliado, o presidente sírio Bashar al-Assad, enfrentando uma onda de protestos sem precedentes.

 

O assassinato de Hariri gerou uma onda de protestos no Líbano em 2005, que, combinados com a pressão internacional, forçaram a Síria a retirar suas tropas do país, após 29 anos. A Síria é suspeita de envolvimento no homicídio, porém Damasco nega qualquer participação na morte de Hariri.

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