Apesar de conquistar bons resultados nas eleições deste domingo, a oposição do Camboja rejeitou os resultados das urnas devido a "graves irregularidades" e pediu apoio internacional para uma investigação. A votação foi bastante disputada, mas deu a vitória ao primeiro-ministro Hun Sen e manteve o Partido do Povo Cambojano (PPC) no poder. Os resultados preliminares, no domingo, mostraram que o PPC ganhou 68 dos 123 assentos parlamentares, já o Partido de Resgate Nacional do Camboja (PRNC), de oposição, ficou com 55. O partido governista ganhou 90 assentos em 2008, enquanto os grupos de oposição - que se fundiram no ano passado para formar o PRNC - conquistaram 29 cadeiras há cinco anos.Os resultados oficiais devem ser divulgados ainda nesta semana, mas o PRNC afirmou que há sinais suficientes de uma provável manipulação eleitoral para justificar uma investigação completa.Em uma coletiva de imprensa, líderes do Partido de Resgate Nacional do Camboja pediram que a comissão eleitoral do país analisasse as alegações de uma fraude generalizada na disputa eleitoral. "Não aceitamos os resultados das eleições proclamados [pela comissão eleitoral do Camboja] ou por outro partidos, porque há muitas irregularidades com implicações de longo alcance que distorceram a vontade do povo", disse o líder do PRNC, Sam Rainsy, a jornalistas.Cerca de 1,2 milhões a 1,3 milhões de eleitores tiveram a chance de votar negados por causa de irregularidades nas listas de eleitores, afirmou Rainsy. Ele estima também que houve cerca de 1 milhão de eleitores "fantasmas" nos cadernos eleitorais e cerca de 200 mil nomes duplicados. Autoridades do PPC e do Comitê Eleitoral Nacional não estavam disponíveis para comentar. O partido governista desafiou os opositores a apresentarem provas de fraude à comissão eleitoral - uma agência nominalmente independente, que é liderada por funcionários intimamente ligados ao PPC.Rainsy também disse que seu partido não vai negociar com Hun Sen e com o PPC por lugares no governo do Camboja, apesar de assegurar a oposição mais forte desde 1998.Rainsy pediu à Comissão Eleitoral Nacional que iniciasse uma investigação conjunta ao lado de peritos eleitorais independentes e representantes das Nações Unidas, a sociedade civil, assim como o PPC e o PRPC.Ele estabeleceu o prazo de 31 de agosto para esta investigação, mas não entrou em detalhes sobre o que poderia acontecer depois. Fonte: Dow Jones Newswires.