A Guarda Revolucionária, tropa de elite das Forças de Segurança iranianas, demonstrou orgulho por ter conseguido hackear 29 sites que, segundo a própria entidade, faziam parte de uma rede de espionagem americana.
Em comunicado divulgado pela agência de notícias local Fars neste domingo, 14, a Guarda garante que essas páginas "atentavam contra a segurança nacional sob a aparência de organizações de defesa dos direitos humanos". "O centro da Guarda Revolucionária para o combate contra o crime organizado hackeou sites que atuavam contra a segurança nacional disfarçadas de organizações de direitos humanos", afirma a nota, sem citar as páginas supostamente sabotadas.
Menos de 24 horas antes da divulgação do comunicado, o Poder Judiciário iraniano anunciou a detenção de 30 pessoas acusadas de apoiar o que o governo local chama de "guerra cibernética empreendida pelos EUA". Segundo as autoridades, os detidos reuniam dados sobre os cientistas do programa nuclear iraniano e enviavam para compatriotas no exterior para que fossem treinados por grupos de oposição no exílio.
Em 17 de fevereiro, o autodenominado Exército Cibernético Iraniano hackeou o site kaleme.org, ligado a Mir Hussein Moussavi, um dos principais líderes da oposição iraniana. Embora não existam provas, alguns especialistas dizem que o Exército Cibernético Iraniano está vinculado com as operações policiais na internet.
Nos dias em que estão previstas manifestações, as autoridades iranianas reduzem a velocidade de acesso à rede em uma tentativa de impedir que a oposição coordene e envie imagens e informações dos protestos ao exterior.