Irmandade Muçulmana se reúne com vice-presidente egípcio

No sábado, Obama pediu 'negociações confiáveis' entre governo e oposição

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CAIRO - O vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, está reunido neste domingo com dirigentes políticos e outras personalidades, incluindo os representantes da Irmandade Muçulmana, informou à agência oficial "Mena".A reunião, realizada na sede do Conselho de Ministros, faz parte das gestões do regime de Hosni Mubarak para buscar uma aproximação com todos os grupos políticos a fim de superar a crise aberta há 13 dias.

 

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Conforme a televisão estatal e a agência oficial, estão na reunião dirigentes de partidos políticos, de um "comitê de sábios", incluindo intelectuais, assim como figuras públicas, como o magnata Naguib Sawiris. Representando a Irmandade Muçulmana, um grupo proscrito pelo regime egípcio, mas tolerado em parte, participam os dirigentes Saad al-Katatni e Mohammed Mursi.Estão presentes também os presidentes do partido opositor Wafd (liberal), Sayyed al Badawi, e Rifaat Sayyed, de um partido de esquerda, assim como o recém-nomeado secretário-geral do governante Partido Nacional Democrático (PDN), Hosam Badrawi.É a primeira reunião com as autoridades egípcias com a participação de representantes da Irmandade Muçulmana, o grupo da oposição melhor organizado e que apoia a revolta popular que explodiu em 25 de janeiro. Até agora, o grupo islâmico havia dito que só negociaria com representantes do Exército e insistia na necessidade da renúncia de Mubarak antes de participar de qualquer diálogo para superar a crise.

 

EUA. No sábado, 5, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou para os líderes da Alemanha, Grã-Bretanha e Emirados Árabes Unidos e abordou a necessidade de se implementar mudanças políticas no Egito, segundo a Casa Branca. Obama enfatizou a importância de uma transição ordenada e pacífica,"para um governo que seja receptivo às aspirações do povo egípcio, incluindo negociações confiáveis entre governo e oposição", segundo comunicado do governo.

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A iniciativa parece fazer parte dos esforços dos Estados Unidos pela manutenção de Hosni Mubarak no poder, para que ele conduza as negociações de transição em resposta às manifestações que varreram o Egito desde 25 de janeiro.

 

Em encontro sobre segurança neste sábado em Munique, um enviado especial de Obama expressou essa posição. "Necessitamos chegar a um consenso nacional em torno das condições prévias para dar um próximo passo à frente. O presidente deve permanecer em seu cargo para liderar essas mudanças", disse Frank Wisner.

 

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, confirmou que seu país apoia o processo gradual de transição anunciado pelo governo egípcio. Segundo fontes, o processo seria efetivamente liderado pelo atual vice-presidente, Omar Suleiman. Em seu discurso, porém, Hillary não citou nomes.

 

Oposição. Mohamed El Baradei, diplomata veterano e um dos principais líderes da oposição, criticou a iniciativa americana de apoiar a permanência de Mubarak até que se organize o novo governo. "Isso seria um enorme revés", disse. El Baradei afirmou que a condução da transição por Mubarak e Suleiman não seria bem aceita pelo povo que vem se manifestando nas ruas e praças do Cairo, o que poderia gerar novas ondas de violência.

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Texto atualizado às 9h55. 

 

(Com agências internacionais)

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