O novo vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, buscou demonizar a Irmandade Muçulmana - principal força de oposição ao regime de Hosni Mubarak - em seus contatos com funcionários do governo norte-americano, indica correspondência diplomática vazada pelo WikiLeaks.
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O desdém privado de Suleiman pela Irmandade não surpreenderá os egípcios, acostumados com o discurso anti-islâmico do governo de Mubarak. Entretanto, os comentários podem levantar suspeitas, já que Suleiman busca neste momento trazer o grupo, banido há muito tempo, para um amplo diálogo de reformas em resposta aos protestos em massa que ocorrem no Egito desde o dia 25 de janeiro.
As mensagens de embaixadas dos Estados Unidos divulgadas pelo WikiLeaks em maio, com 250.000 documentos do Departamento de Estado norte-americano, também mostram que Suleiman, ex-chefe de inteligência, acusou a Irmandade Muçulmana de incentivar extremistas armados e avisou em 2008 que se em algum momento o Irã apoiasse o grupo islâmico, Teerã se transformaria em "nosso inimigo".
Mubarak, que governou sem um vice-presidente por 30 anos, rapidamente nomeou Suleiman, de 74 anos, como seu vice em 29 de janeiro à medida em que os manifestantes pediam sua renúncia.
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