JERUSALÉM - A cidade de Jerusalém, habituada ao conservadorismo por abrigar diversos lugares sagrados para as três religiões monoteístas, foi tingida com as cores do arco-íris nesta quinta-feira, 2, para celebrar o décimo aniversário da Parada Gay. Integrantes da comunidade de homossexuais, lésbicas e transexuais se concentraram em um parque do centro da cidade para comemorar o evento que parece ser mais aceito nos dias de hoje, mas que há dez anos trava uma autêntica batalha contra os setores ultraortodoxos.
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"Esta é uma oportunidade para pensar em todas as mudanças que ocorreram em Jerusalém nestes últimos dez anos", disse Elinor Sidi, presidente da Open House, uma das instituições que representa a comunidade gay em Israel. Segundo a ativista, não existem mais ataques físicos aos gays em Jerusalém. No entanto, "apesar das mudanças", Elinor ressalta que ainda há muito que fazer.
De acordo com Elinor, essa medida de segurança e o grande desdobramento seguem uma política preventiva, mas não há nenhuma ameaça concreta. Em sua mensagem aos participantes, a ativista se referiu aos avanços que a comunidade realizou na cidade nestes últimos anos que, segundo sua ela, não significam que "tenham normalizado" a vida dos homossexuais em relação ao restante da população.
"Ainda há alguns atos de violência (não necessariamente física) pela rejeição das pessoas. É mais difícil ser homossexual e lésbica em Jerusalém do que em Tel Aviv e Haifa", afirmou a ativista, que ressaltou que nestas duas cidades, muito mais liberais, a prefeitura contribui com as despesas da passeata.
Nos dias que antecederam a marcha, porta-vozes da comunidade ultraortodoxa expressaram muitas rejeições em relação à Parada Gay em Jerusalém, a qual, segundo eles, "contamina" a cidade. A lei religiosa judaica descreve a homossexualidade como uma "abominação".