Peru declara emergência e manda Exército patrulhar vias bloqueadas

Protestos contra o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis paralisaram o país e já deixaram ao menos cinco mortos

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Por Redação
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O governo do Peru declarou nesta quinta-feira, 7, estado de emergência na Rede Rodoviária Nacional por 30 dias e ordenou que suas forças armadas supervisionem as estradas. A medida restringe direitos constitucionais como o trânsito livre nas rodovias, em meio a protestos e mobilizações contra o presidente Pedro Castillo, que começaram com uma greve dos caminhoneiros e já deixaram cinco mortos.

A medida foi anunciada em um decreto publicado no diário oficial El Peruan, que detalhou que “a Polícia Nacional do Peru mantém o controle da ordem interna, com o apoio das Forças Armadas” nas áreas de emergência. O decreto também suspende “os direitos constitucionais relativos à liberdade de trânsito em território nacional, liberdade de reunião e liberdade e segurança pessoais” na rede rodoviária.

O país está repleto de bloqueios nas estradas há mais de uma semana. Os atos ganham força à medida que a raiva aumenta com a elevação dos custos, desencadeada com a invasão russa da Ucrânia.

Caminhoneiros estacionados na Rodovia Pan-Americana no trecho de Chincha, no Peru Foto: ALESSANDRO CINQUE

O Peru está enfrentando sua maior taxa de inflação em um quarto de século. Castillo se esforçou para apresentar soluções significativas. Esta semana, ele decretou toque de recolher em Lima para tentar reprimir a dissidência. A medida, porém, foi desafiada por milhares de pessoas que tomaram as ruas em protestos que se tornaram violentos e acabou suspensa.

O governo cortou impostos sobre combustíveis e aumentou o salário mínimo e também propôs isentar alimentos essenciais do imposto sobre vendas. Castillo, que era camponês e professor antes de assumir o cargo, também está em uma situação política precária.

Seus índices de aprovação caíram para 19%, um recorde de baixa de acordo com uma pesquisa da Datum publicada nesta quinta-feira. Recentemente, ele sobreviveu a um segundo impeachment em menos de um ano no cargo./REUTERS e EFE