Um cruzeiro italiano com 1.500 pessoas a bordo escapou por pouco ontem de ser capturado por piratas a 800 quilômetros da costa somali, depois que a equipe de segurança do navio abriu fogo e lançou jatos de água contra os corsários. Nenhum dos tripulantes ficou ferido e não foram divulgadas informações sobre mortes entre os agressores. A tentativa de sequestro ocorreu quando seis piratas em um bote pequeno aproximaram-se do cruzeiro Melody abrindo fogo com armas automáticas, relatou o capitão do navio, Domenico Pellegrino. Em resposta, funcionários de uma empresa israelense responsável pela segurança da embarcação responderam aos ataques. "Parecia que estávamos no meio de uma guerra", contou Pellegrino. Após o susto, passageiros do cruzeiro foram instruídos a retornar às cabines e as luzes externas do navio foram desligadas por precaução. Segundo Pellegrino, temendo ataques na região da costa somali, a empresa atacada ontem havia contratado seguranças israelenses para suas embarcações. "Eles são os mais bem treinados", disse. RESGATE Na mesma região, entre o norte do Quênia e o Iêmen, piratas somalis haviam sequestrado um navio cargueiro de uma empresa alemã com 17 tripulantes, no sábado. No mesmo dia, segundo uma fonte somali, uma empresa grega pagou US$ 1,9 milhão para ter uma de suas embarcações liberadas. No início do mês, o navio com bandeira americana Maersk Alabama e um veleiro francês foram capturados por corsários. Forças dos EUA e da França libertaram os sequestrados. A ação dos corsários tornou-se mais ousada e sofisticada desde o sequestro do cargueiro saudita Sirus Star, capturado em novembro a 740 quilômetros da costa somali, afirmou um porta-voz da 5ª Frota da Marinha dos EUA. O valor pago pelo resgate foi de US$ 3 milhões.
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