O porta-voz do governo palestino, liderado pelo grupo islâmico Hamas, Ghazi Hamad, negou nesta sexta-feira que o primeiro-ministro Ismail Haniye tenha sofrido um atentado na saída de uma mesquita no centro da Faixa de Gaza. Porém acredita-se que tenha sido um ataque contra o premier, realizado por membros do Fatah. Em um breve comparecimento perante os meios de comunicação, Hamad disse que a comitiva do primeiro-ministro passou pelo campo de refugiados de Nuseirat no início da tarde de sexta-feira, quando por acaso aconteceu um incidente armado entre famílias rivais. O porta-voz acrescentou que um grupo de indivíduos disparou contra um veículo do campo de refugiados e não contra os que faziam parte do comboio do chefe do governo. No entanto, um carro do comboio foi atingido e ficou destruído. As evidências apontam para um ataque contra o premier palestino, apesar do porta-voz do governo negar e apresentar outra versão para o incidente. O ataque teria sido realizado por membros do partido rival Fatah. Segundo o porta-voz, os autores dos disparos, membros do clã dos Ramadan, tentavam vingar a morte de um de seus parentes há três semanas por disparos de agentes da Força Auxiliar de Segurança, criada pelo Ministério do Interior palestino e leal ao Hamas. No meio do tumulto, os guarda-costas do primeiro-ministro dispararam para o ar para esvaziar a área e permitir a movimentação do comboio, por isso, em princípio, pensou-se que o ataque teve Haniye como alvo. O chefe do governo palestino saía de uma mesquita da região, onde expressou durante uma de suas freqüentes homilias das sextas-feiras, sua rejeição à convocação de eleições antecipadas, tal como pretende fixar o presidente palestino, Mahmoud Abbas.