Presidente de Taiwan aceita recontagem de votos

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Por Agencia Estado
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Vestindo capas de chuva amarelas e agitando bandeiras de Taiwan, cerca de 500 mil pessoas tomaram a praça diante do palácio presidencial e avenidas adjacentes para pedir a recontagem de votos das eleições presidenciais de sábado passado, que reelegeram, por escassa margem, o presidente Chen Shui-bian. Diante das pressões de seu derrotado adversário, Lien Chan, e da multidão, Chen concordou com a recontagem, mas com a condição de que Lien apresente um recurso à Justiça contestando o resultado do pleito. "Assim que ele (Chen) impetrar o recurso e obtiver uma sentença judicial favorável, invalidando o pleito ou o candidato eleito, eu me submeterei imediatamente à decisão", prometeu o presidente eleito por uma diferença de 30 mil votos num universo de 12 milhões de eleitores. Simulação e fraude Vários oradores inflamados ocuparam um palanque improvisado no centro da praça para denunciar o que classificaram de fraude eleitoral. Também acusaram o presidente Chen de ter simulado o atentado da véspera das eleições para causar comoção e ganhar votos. O presidente teria sido baleado no estômago, mas já se restabeleceu e proclamou sua vitória, sendo efusivamente cumprimentado pelos Estados Unidos. "A democracia foi ferida no estômago", escreveu um manifestante em gigantesco cartaz. A manifestação ocorreu de forma pacífica. "Ninguém foi preso", informou um porta-voz do chefe da polícia que montou um esquema de segurança sem precedentes para garantir evitar danos aos edifícios públicos. Protesto pacífico O protesto contrastou com o de sexta-feira, quando milhares de opositores tomaram de assalto o edifício da Comissão Central Eleitoral na capital taiwanesa. O candidato derrotado, Lien Chan, de 67 anos, também discursou reiterando sua reivindicação e pedindo uma investigação do atentado, insinuando a possibilidade de que tenha sido simulado. "Se alguém se utiliza de meios escusos para ganhar o poder, esse poder não pode ser efetivo e não deve ser respeitado", destacou Lien, um professor de ciências políticas que já ocupou a vice presidência taiwanesa. Um dos líderes do governo no Parlamento, o deputado Hsiao Bi-Khim, manifestou "grande desapontamento" em relação ao comportamento do opositor Lien. "Em nenhum momento, ele disse à multidão que o presidente Chen aceitava a recontagem dos votos. Também não disse se aceitaria o resultado da recontagem. E isso é profundamente lamentável..." Assunto da China Acompanhando de perto a evolução da crise taiwanesa, o governo chinês condenou a decisão da Casa Branca de "cumprimentar Chen pela vitória", que classificou de "clara ingerência nos negócios internos da China". Pequim qualifica Taiwan de província rebelde e reclamara soberania sobre o território. O governo chinês destacou também que não ficará indiferente se a crise perdurar em Taiwan, mas não esclareceu que atitude adotará. Anteriormente Pequim ameaçou tomar militarmente na ilha "se a situação ali deteriorar". O governo taiwanês reagiu, classificando a mensagem de Pequim de "rude, inaceitável e intervencionista".

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