O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, do Hamas, exortou os palestinos nesta quarta-feira a trabalhar para evitar que a violência interna venha a provocar uma guerra civil. "Salientamos a necessidade de poupar o povo palestino de quaisquer confrontos internos e a evitar o uso de armamentos como uma forma de diálogo e se concentrar apenas no diálogo para resolver as nossas diferenças", disse ele antes de uma reunião do gabinete do governo. "As diferenças existem, elas estão lá, mas isso não significa que devem ser resolvidas a tiros." O grupo islâmico Hamas, do qual faz parte Haniyeh, controla o gabinete do governo e o Parlamento, e o Fatah, mais moderado, liderado pelo presidente Mahmoud Abbas, têm se envolvido em sangrentos confrontos de rua que mataram 35 palestinos no mês passado. Na terça-feira, outro militante do Hamas faleceu dos ferimentos recebidos nos confrontos na semana passada e surgiram novas escaramuças entre os grupos rivais palestinos em Gaza. À noite, um carro se recusou a parar num bloqueio numa rua perto do escritório de Abbas e homens armados que estavam a bordo do veículo abriram fogo, ferindo seriamente dois seguranças. Haniyeh disse que os confrontos "vão agradar os inimigos dos palestinos, que querem ver a guerra civil."
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