Quem é Laura Loomer, extremista que se encontrou com Trump e poderia ter influenciado demissões

Ativista conservadora teria pedido a Trump que demitisse membros do Conselho de Segurança Nacional após Signalgate

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Por Redação
Atualização:

Laura Loomer, uma personalidade da direita conhecida por sua presença incendiária nas redes sociais, parece ter sido deixada de lado em certos momentos pela campanha e posteriormente pela administração de Donald Trump. Mas ela sempre teve a atenção do ex-presidente — e pode tê-la novamente, ao menos por agora.

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Em uma reunião no Salão Oval na quarta-feira, 2, a ativista conservadora teria pedido a Trump que demitisse membros do Conselho de Segurança Nacional (NSC), em um momento em que a equipe enfrenta questionamentos não apenas sobre o uso do Signal — um aplicativo criptografado de uso público — para discutir uma operação militar no Iêmen, mas também sobre como um jornalista foi acidentalmente adicionado ao grupo. Trump atendeu ao pedido, segundo fontes ouvidas pela Associated Press.

A Casa Branca demitiu na quinta-feira, 3, diversos assessores do alto escalão do Conselho de Segurança Nacional, segundo fontes familiarizadas com o caso.

Esse foi o mais recente sinal da influência de Loomer, apesar das críticas que ela enfrenta por promover teorias da conspiração sobre o 11 de Setembro e por seu histórico de publicações anti-imigrantes e islamofóbicas.

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Loomer, ativa nas redes sociais, tem feito ataques a aliados e assessores de Trump, apontando o que ela chama de “crise de checagem de antecedentes” na Casa Branca, e tem sugerido que membros da equipe estariam tentando sabotar a agenda do ex-presidente. Trump elogia Loomer há tempos, embora ocasionalmente se distancie de seus comentários mais controversos.

Como ela se aproximou de Trump?

Aos 31 anos, Loomer é uma defensora de Trump envolvida na política há anos. Tentou duas vezes, sem sucesso, eleger-se ao Congresso na Flórida (2020 e 2022) e ficou conhecida por protestos teatrais — como quando se algemou a um escritório do Twitter após ser banida da plataforma, hoje chamada de X, ou ao pular a cerca da casa da então presidente da Câmara, Nancy Pelosi.

Ela afirma ter sido convidada a Mar-a-Lago, o resort de luxo de Trump, após liderar ataques ao governador da Flórida, Ron DeSantis, na época em que ele preparava sua campanha presidencial contra Trump em 2024.

A ativista de direita Laura Loomer poderia ter tido influência nas demissões do Conselho Nacional de Segurança (NSC).  Foto: Ted Shaffrey/AP

No ano passado, Loomer acompanhou Trump em suas viagens de 11 de setembro a Nova York e Pensilvânia, e foi vista saindo do avião um dia antes, após o pouso do ex-presidente na Filadélfia para um debate contra Kamala Harris. Segundo ela, esteve presente como convidada. Loomer diz nunca ter se juntado oficialmente à campanha, já que aliados de Trump preferiam manter certa distância.

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Por que ela é uma figura influente?

Loomer foi banida de várias redes sociais, incluindo o Facebook. Durante a última campanha presidencial, publicou que se Kamala Harris vencesse, “a Casa Branca teria cheiro de curry e os discursos seriam feitos por call center” — uma referência racista e xenofóbica à então candidata, que é a primeira mulher negra e pessoa de ascendência sul-asiática a assumir a vice-presidência dos EUA.

Em dezembro, Loomer discutiu publicamente com Elon Musk sobre vistos para imigração qualificada, que ela considera contrários à agenda “America First”. Musk, natural da África do Sul, temporariamente suspendeu a conta de Loomer no X. Após o conflito, ela relatou perda de acesso a funções pagas da plataforma.

Neste mês, Trump encerrou a proteção do Serviço Secreto aos filhos adultos de Joe Biden após um relatório de Loomer com fotos de Hunter Biden sendo escoltado na África do Sul.

Pelo que Loomer é conhecida?

Loomer comanda o podcast “Loomer Unleashed”, disponível no Rumble, plataforma usada pela extrema-direita. Seu sobrenome virou verbo, usado para descrever quando figuras públicas são expostas ou envergonhadas.

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Ela costuma publicar mensagens anti-Islã e anti-imigração e já fez ataques racistas e sexistas contra Kamala Harris. Em uma ocasião, publicou um vídeo dizendo: “11 de Setembro foi um trabalho interno!” — repetindo uma teoria da conspiração popular entre “truthers”, grupo que acredita que o governo americano participou ou ocultou fatos sobre os ataques. A maioria dessas alegações já foi desmentida.

O que aconteceu com Loomer esta semana?

Fontes que falaram sob anonimato disseram que Loomer se reuniu com Trump, o vice-presidente J. D. Vance, a chefe de gabinete Susie Wiles, o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz e Sergio Gor, diretor do Escritório de Pessoal Presidencial, para apresentar “resultados de uma pesquisa”.

Procurada pela AP, Loomer respondeu com uma postagem no X dizendo que, “por respeito” a Trump, não comentaria a reunião. “Continuarei trabalhando duro para apoiar sua agenda e reiterando a importância de uma VERIFICAÇÃO RIGOROSA, em nome da segurança do presidente e do país”, escreveu.

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Mais tarde, Loomer deu a entender que teve papel nas demissões: “Sabe como se percebe que os oficiais do NSC que denunciei ao presidente Trump são desleais? Os demitidos estão sendo defendidos por críticos de Trump na CNN e MSNBC.”

Loomer tem criticado o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz e seu processo de checagem. Antes da reunião, queixou-se a aliados na administração de que ele confiava demais em “neocons” e membros do Partido Republicano que “não são MAGA o suficiente”. MAGA se refere ao slogan de Trump, “Make America Great Again” (“Faça a América grande de novo”, em português). Ela também atacou Alex Wong, vice-conselheiro de segurança nacional, que liderava a formação da nova equipe.

O que Trump disse sobre ela?

Durante as eleições de 2024, após postagens racistas de Loomer sobre Harris, Trump afirmou: “Laura tem sido uma apoiadora minha” e que ela tinha “opiniões fortes”, mas disse desconhecer seus comentários. Mais tarde, afirmou no Truth Social que discordava das declarações dela.

Na quinta-feira, 3, Trump negou que Loomer tenha influenciado diretamente nas demissões no NSC, chamando-a de “ótima patriota e pessoa muito forte”. Disse a repórteres, a bordo do Air Force One, que ela apenas fez recomendações. “Às vezes ouço essas sugestões, como faço com todos”, disse Trump, acrescentando: “Ela geralmente é muito construtiva. Indicou algumas pessoas para cargos.” / AP

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