Refugiados afegãos presos em "terra de ninguém"

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Por Agencia Estado
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"Terras de ninguém". É assim que a Organização das Nações Unidas (ONU) está classificando as áreas no Afeganistão próximas às fronteiras com o Paquistão e Irã. Com o enfraquecimento do controle do Taleban sobre algumas partes do território e com a impossibilidade de que os refugiados cruzem legalmente as fronteiras com os países vizinhos, grupos de afegãos de até 10 mil pessoas estão "presos" em partes do território, sem a assistência e segurança de qualquer governo. Para complicar, nem mesmo as organizações internacionais estão conseguindo fazer que quantidades suficientes de alimentos e cobertores cheguem a todos nessas áreas. A Unicef anunciou hoje que finalmente conseguiu que quatro médicos tivessem acesso a um grupo de refugiados que estão na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. O problema é que os quatro médicos devem atender a mais de 2,5 mil pessoas. Deserção Segundo a ONU, 70% da população de Kandahar e de Jalalabad já deixaram as cidades devido aos ataques liderados pelos Estados Unidos. Os enfrentamentos entre o Taleban e a Aliança do Norte também estão forçando a população em direção às "terras de ninguém". Um dos lugares onde se concentram os refugiados é a região de Zaranj, cidade próxima à fronteira com o Irã. "A fronteira continua fechada, mas sabemos que muitos afegãos estão tomando caminhos perigosos para sair do país", afirma um porta-voz da ONU. Segundo a organização, cerca de 2 mil pessoas deixam o Afeganistão todos os dias fugindo da guerra. ?Pão e bombas" Enquanto a crise humanitária se agrava, os Estados Unidos continuam com sua política de "pão e bombas". Hoje, a ONU anunciou que Washington fez uma doação de US$ 10 milhões para a construção de campos de refugiados nas zonas de fronteira. As tendas devem ser montadas na região de Chaman, no Paquistão, para atender a mulheres, crianças e idosos que não possam chegar aos demais campos de refugiados mais afastados da fronteira. As Nações Unidas alertam que o valor das contribuições ainda é apenas um terço do que se necessitaria para a primeira fase da crise humanitária. Leia o especial

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