WASHINGTON - Em uma reunião bilateral com Donald Trump na Casa Branca nesta terça-feira, 11, o rei da Jordânia, Abdullah II, disse ser contra o plano do republicano de expulsar 2,2 milhões de palestinos de Gaza e enviá-los para o seu país e o Egito. Abdullah pediu cautela sobre a proposta, apresentada em público por Trump mais de uma vez nos últimos dias, e garantiu após o encontro que há um consenso entre os países árabes contra a expulsão de refugiados dos territórios palestinos.
“Reiterei ao presidente a posição inabalável da Jordânia contra a expulsão dos palestinos de Gaza e da Cisjordânia. Esta é a posição unificada dos países árabes’, disse Abdullah na rede social X após o encontro.
Pessoalmente, no entanto, Abdullah foi mais diplomático. Ao ser questionado sobre o que ele pensa sobre a proposta de Trump, o monarca pediu tempo. “Vamos esperar até que os egípcios possam vir e apresentar a visão deles ao presidente e não nos precipitarmos”, disse. Abdullah.

Na reunião, Trump renovou sua sugestão de que o enclave poderia ser esvaziado, controlada pelos EUA e reconstruída como área turística. Ao longo da última semana, o republicano afirmou em vários momentos que pretende reconstruir o território, chamando-o de “grande espaço imobiliário”, e disse que sua população seria reassentada em um “lugar permanente” em outro lugar.
“Não há nada para comprar”, disse Trump. “Nós vamos tomar. Nós vamos segurar. Nós vamos valorizar”, afirmou sobre o controle americano. Ele disse que acreditava “99%” que poderia fechar um acordo com o Egito em relação aos deslocados de Gaza. Quando questionado sobre as ideias de Trump, o Rei Abdullah II disse que esperaria para ver quais ideias os egípcios tinham.
Segundo Trump, a ideia de receber palestinos reassentados foi discutida na reunião com o rei que, por sua vez, declarou: “É difícil fazer isso funcionar de uma forma que seja boa para todos”.
Apesar da objeção ao plano, o monarca cortejou Trump após o encontro e disse que uma solução boa para todos requer liderança dos EUA. “O presidente Trump é um homem de paz”, disse Abdullah em uma publicação na plataforma de mídia social X. “Ele foi fundamental para garantir o cessar-fogo em Gaza. Esperamos que os EUA e todas as partes interessadas garantam que ele se mantenha.”
Abdullah II ainda disse a Trump que sua prioridade é a “estabilidade” da Jordânia. “Ressaltei que meu principal compromisso é com a Jordânia, com sua estabilidade e com o bem-estar dos jordanianos”, disse Abdullah nas redes sociais após se encontrar com o magnata republicano na Casa Branca.
Na segunda-feira, 10, o Egito, por meio de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, rejeitou “qualquer compromisso” que afetasse os direitos palestinos.
“O Egito mantém sua posição de rejeitar qualquer acordo sobre os direitos (palestinos), incluindo seu direito à autodeterminação, à permanência em suas terras e à independência”, disse a pasta. /NYT.