O Irã começou a alimentar suas centrífugas com gás de urânio e mais de 1,3 mil já estão funcionando, de acordo com um documento obtido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta quarta-feira, 18, pela Associated Press. O documento confidencial, uma carta para as autoridades iranianas de um membro importante da AIEA, também contesta uma decisão do país em evitar que inspetores da agência visitassem o reator de água pesada do Irã. Semana passada, o Irã disse que começou a operar suas 3 mil centrífugas no complexo de Natanz, dez vezes mais que o número anunciado. O relatório vem para confirmar o que o presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, havia anunciado. Se os acontecimentos foram mesmo concretizados, o relatório de uma página aponta um veloz avanço no programa. Até o chefe da AIEA, Mohamed ElBaradei, havia dito que Irã só operava algumas centenas de centrífugas em Natanz. A carta, assinada pelo vice-diretor geral da AIEA, Olli Heinonen, diz que a agência quer "tomar nota da informação provida pelo Irã (...) que o país colocou em operação" 1.312 centrífugas. A informação vinda do Irã de que "algumas UF6 estão sendo alimentadas" nas centrífugas também consta na carta, referindo-se ao fato de que o gás de urânio pode ser enriquecido a níveis potentes o suficiente para ser usado em armas nucleares e ogivas de mísseis.