Um medicamento desenvolvido por duas companhias farmacêuticas, a Eli Lilly and Co e sua associada Icos Corp., e que ainda não recebeu a aprovação das autoridades de saúde dos Estados Unidos, promete resultados mais prolongados contra a impotência sexual do que o conhecido Viagra. Segundo as empresas, os pacientes que participaram das pesquisas do novo Cialis relataram que tiveram êxito em conseguir ereções em períodos de entre 24 e 36 horas posteriores à ingestão de uma pílula de 20 miligramas. O estudo não comparou diretamente os efeitos do Cialis com os do Viagra, o medicamento para disfunção erétil lançado no mercado pela Pfizer Inc. em 1998 e que vende cerca de US$ 1,2 bilhão ao ano. "Há outros estudos que examinaram a duração dos efeitos do Viagra e, normalmente, o resultado é de uma margem de entre 8 e 12 horas no máximo", afirmou o médico Raymond Rosen, autor do estudo do Cialis, em entrevista telefônica. Os resultados da fase final do estudo do Cialis foram apresentados nesta segunda-feira durante conferência da Associação Urológica Norte-Americana, em Orlando (Flórida). O estudo, patrocinado pela Lilly e pela Icos, incluiu 348 homens que sofriam de disfunção erétil em graus moderado e severo e que ingeriram placebo ou Cialis durante oito semanas. Os pesquisadores pediram aos pacientes para que mantivessem relações sexuais com suas parceiras em duas ocasiões durante um lapso de 24 horas depois de ingerir a pílula, e em duas ocasiões em um lapso de 36 horas. Cerca de 59% dos pacientes relataram efeitos positivos depois de 36 horas. "O Cialis mostrou um efeito consistente nos dois lapsos (de 24 e 36 horas)", disse Rosen, que é pesquisador de sexualidade humana da Universidade de Medicina e Odontologia de New Jersey. "No mesmo estudo, a duração da efetividade não parece influenciar na incidência ou gravidade de efeitos colaterais" no paciente, disse Rosen. Entre os efeitos colaterais mais comuns nesses casos estão: dor de cabeça e problemas de estômago. As empresas esperavam a aprovação por parte da Administração de Drogas e Alimentos (FDA, por sua sigla em inglês) dos Estados Unidos ainda neste ano, mas, no mês passado, o órgão informou que necessita de estudos adicionais antes de emitir uma opinião.